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quinta-feira, 9 de janeiro de 2025
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Bebidas açucaradas estão por trás do aumento de casos de diabetes

Pesquisadores sugerem que uma abordagem mais abrangente é necessária para enfrentar os impactos negativos das bebidas açucaradas na saúde

Postado em 9 de janeiro de 2025 por Leticia Marielle
Bebidas açucaradas estão por trás do aumento de casos de diabetes. | Foto: Reprodução/istock

Estudos indicam que o consumo de bebidas adoçadas com açúcar é responsável por cerca de 2,2 milhões de novos casos de diabetes tipo 2 e 1,2 milhão de novos casos de doenças cardiovasculares anualmente. A pesquisa, liderada pela Universidade Tufts, nos Estados Unidos, revela que as consequências desse hábito são especialmente graves em regiões em desenvolvimento.

De acordo com a pesquisa, na África Subsaariana, as bebidas açucaradas representam mais de 21% dos novos casos de diabetes, enquanto na América Latina e no Caribe esse percentual chega a quase 24%. Em relação às doenças cardiovasculares, mais de 11% dos casos podem ser atribuídos a essas bebidas. Colômbia, México e África do Sul se destacam como os países mais impactados, com a Colômbia registrando mais de 48% de novos casos de diabetes relacionados ao consumo de bebidas açucaradas. No México, cerca de um terço dos novos casos de diabetes têm a mesma origem, e na África do Sul, 27,6% dos novos casos de diabetes e 14,6% dos casos de doenças cardiovasculares estão ligados ao consumo dessas bebidas.

Os cientistas explicam que as bebidas açucaradas são rapidamente absorvidas pelo corpo, causando picos nos níveis de glicose no sangue e fornecendo baixo valor nutricional. O consumo regular desses produtos pode levar ao aumento de peso, resistência à insulina e ao desenvolvimento de problemas metabólicos que favorecem o surgimento de doenças como o diabetes tipo 2 e doenças cardíacas, que estão entre as principais causas de morte globalmente.

Dariush Mozaffarian, autor principal do estudo, destaca que as bebidas açucaradas são amplamente comercializadas em países de baixa e média renda, onde as populações estão menos preparadas para lidar com as consequências a longo prazo desse consumo. A pesquisa aponta que, à medida que os países se desenvolvem economicamente, a disponibilidade e o consumo dessas bebidas aumentam, sendo que homens jovens são mais afetados que as mulheres e pessoas mais velhas.

Intervenções 

Laura Lara-Castor, principal autora do estudo, alerta: “É urgente adotar intervenções baseadas em evidências para reduzir o consumo de bebidas açucaradas em todo o mundo, antes que mais vidas sejam comprometidas pelos impactos dessas bebidas no diabetes e nas doenças cardíacas.”

Assim como o álcool, as bebidas açucaradas prejudicam a queima de gordura no organismo. O excesso de açúcar interfere na ação do hormônio responsável pelo transporte e pela oxidação dos lipídios, o que leva ao acúmulo de gordura no fígado e ao aumento da prevalência de esteatose hepática.

A mudança de hábitos de vida, incluindo o incentivo à prática regular de exercícios físicos e a promoção de um estilo de vida mais saudável, é fundamental. Atualmente, observamos uma alta taxa de obesidade e doenças metabólicas, muitas vezes associadas ao consumo excessivo de alimentos e bebidas industrializadas, ricas em açúcar. Muitas pessoas ainda não têm plena consciência dos danos causados por esse consumo excessivo.

É essencial adotar hábitos como fazer exercícios, dormir bem, evitar o açúcar, pães, massas e arroz após as 19h e fazer a última refeição o mais cedo possível. Essas mudanças devem ser promovidas para todas as faixas de renda, pois, quanto mais pessoas tiverem acesso a essas orientações, maior será o impacto na conscientização da população.

Pesquisadores sugerem que uma abordagem mais abrangente é necessária para enfrentar os impactos negativos das bebidas açucaradas na saúde. Isso incluiria campanhas de saúde pública, a regulamentação da publicidade de produtos adoçados e a implementação de impostos sobre essas bebidas. Tais medidas visam mitigar os danos causados por esses alimentos no organismo.

Alguns países já adotaram políticas semelhantes. O México, por exemplo, que possui uma das maiores taxas de consumo de bebidas açucaradas per capita no mundo, introduziu um imposto sobre esses produtos em 2014. As primeiras evidências indicam que essa medida tem sido eficaz na redução do consumo. No entanto, ainda há muito a ser feito, especialmente em nações da América Latina e da África, onde o consumo de bebidas açucaradas é elevado e os efeitos sobre a saúde são alarmantes.

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