Paulo do Vale, a figura estratégica do governo no sudoeste goiano
Em função do respeito e livre trânsito entre importantes nomes da região, Vale tem como missão garantir a manutenção do protagonismo na base governista na região
O ex-prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale (UB), tem se movimentado com afinco pelos bastidores da região sudoeste do Estado. O gestor, que é amplamente conhecido na cidade que governou e em suas adjacências, tem se revelado, cada dia mais, um importante player político no que diz respeito às estratégias político-partidárias para 2026.
Vale, todos sabem, fez história em Rio Verde. O gestor alçou sua cidade ao rol das protagonistas do Estado. Pelo trabalho desempenhado ao longo desses anos, ele não teve dificuldades em formar um sucessor: o jovem Wellington Carrijo (MDB), o mais novo prefeito da cidade.
Apesar de deter o poder da caneta, o comentário em Rio Verde é que Carrijo escuta com atenção os conselhos de seu padrinho político, que mesmo fora da cadeira, não deixou de influir na cena política local. Inclusive, Paulo do Vale foi nomeado à secretaria de Governo da cidade e tem se dedicado agora a cuidar dos interesses do município por meio de um estreito relacionamento com as lideranças locais.
Em função do respeito e livre trânsito entre os principais nomes da região, Paulo do Vale é visto como alguém capaz de fazer bem mais do que trabalhar apenas por Rio Verde. Ele é, ainda que indiretamente, o grande responsável por garantir a manutenção do protagonismo da base governista no sudoeste.
Engenharia política
Importantes fatores tornou essa uma árdua missão. O desafio exige uma habilidade política que poucos para além de Vale detêm. Acontece que o partido perdeu, depois das eleições de 2024, o comando de um dos principais municípios da região: Jataí.
Mais do que isso: perdeu para Geneilton Assis, um político filiado ao PL, de Jair Bolsonaro e Wilder Morais. Os mais atentos ao jogo político são unânimes em afirmar que essa situação deixou a sigla em maus lençois.
Isso porque o MDB, partido-irmão do UB de Caiado e Vale, é comandado no Estado por ninguém menos que Daniel Vilela. Daniel é filho do falecido ex-governador de Goiás e um dos principais players históricos do partido: Maguito Vilela. A família tem suas raízes em Jataí e por anos se projetou como figura dominante da política local.
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Com a derrota de 2024, a sigla corre agora o risco de perder espaço. Mais do que isso: perder para uma sigla que consolida cada dia mais um nome forte para as eleições de 2026 — o de Wilder Morais.
Uma vez candidato, Morais tende a rivalizar justamente com Daniel Vilela, que é vice-governador de Goiás e sucessor natural do atual gestor, Ronaldo Caiado. Com isso, a queda de braço entre as lideranças pode ter como ponto de partida o município de Jataí e, consequentemente, toda a região sudoeste.
Mas engana-se quem pensa que as movimentações intensas passam pela sustentação apenas do nome de Daniel Vilela. Pelo contrário, ajudar Daniel Vilela é sinônimo de ajudar a si mesmo. Paulo do Vale é um dos principais cotados para assumir a posição de vice-governador na chapa de Daniel Vilela em 2026, repetindo a dobradinha entre UB e MDB. Senão isso, tende a ser um forte concorrente ao Senado pela chapa caiadista.
Em outras palavras, se Vale construir um grupo sólido capaz de manter o protagonismo da base governista em meio às cidades da região sudoeste estará, em paralelo, contribuindo com o sucesso de seu próprio futuro político. Futuro que por sinal é avaliado como “promissor” pelos principais agentes da política goiana.