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domingo, 12 de janeiro de 2025
"Nanico"

MDB entra no jogo para incorporar o PSDB a si

Tucanato, que já foi um dos maiores partidos do país, busca uma sigla para não se ver engolido pela cláusula de barreira

Postado em 12 de janeiro de 2025 por Bruno Goulart
MDB entra no jogo para incorporar o PSDB a si
Foto: Reprodução

Não é segredo que o PSDB vem perdendo força a cada eleição. Para ilustrar, em 2000, o partido liderado pelo ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, contava com 900 prefeitos; hoje, esse número caiu para apenas 274. Com o risco de ser atingido pela cláusula de barreira, o partido busca uma fusão com uma legenda mais robusta. Além do PSD, o MDB entra no jogo, já articulando a incorporação do PSDB, que, segundo o presidente municipal do MDB, Andrey Azeredo, tornou-se uma sigla “nanica”. A estratégia de fusão tem o apoio de figuras de destaque no partido, como o ex-presidente Michel Temer, o governador do Pará, Hélder Barbalho, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o presidente do MDB, Baleia Rossi.

O interesse é tamanho que a alta cúpula do MDB têm mantido contato constante com lideranças tucanas. O goiano Marconi Perillo, o deputado federal mineiro Aécio Neves, e os governadores Eduardo Leite (RS), Raquel Lyra (PE) e Eduardo Riedel (MS) já foram procurados pelos líderes da sigla. O objetivo da fusão entre MDB e PSDB é claro – criar um bloco político robusto, capaz de competir com o PSD, que hoje é o partido com maior número de prefeitos – 885 cadeiras no Executivo Municipal e a maior bancada no Senado, com 15 senadores.

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Para Baleia Rossi, a história do PSDB, que surgiu como uma dissidência do MDB, é um ponto a favor da possível fusão. “Estamos vendo a possibilidade de incorporação. O importante é que não é um movimento isolado de um presidente, mas um diálogo amplo de várias lideranças do partido. Eu tive conversas com Aécio, com o líder Adolfo Viana, com Beto Richa e com Riedel. O presidente Michel Temer conversou com Marconi. Eu também”, destacou.

Barreiras regionais

No entanto, as negociações também enfrentam desafios em nível regional, especialmente em Goiás, onde MDB e PSDB são adversários históricos. No estado, o MDB é aliado do União Brasil no governo de Ronaldo Caiado, que tem como vice o emedebista, Daniel Vilela. Ao O Hoje, o presidente municipal do MDB em Goiânia, Andrey de Azeredo, disse não haver qualquer movimento de fusão sendo discutido no contexto local. “O MDB é parceiro do União Brasil em Goiás. A nível nacional, já vi especulações sobre fusões com partidos menores, mas, no caso do PSDB, considero que é um partido nanico atualmente. É o diretório nacional quem deve decidir”, afirmou.

Por outro lado, o vereador de Goiânia Luan Alves (MDB) ressaltou à reportagem que vê a fusão como uma oportunidade para fortalecer o partido. “Esse movimento pode ser muito importante para o cenário em Goiânia. O PSDB tem dois parlamentares na Câmara Municipal, e a fusão somaria à bancada e ao projeto do governador Daniel para 2026”, avaliou.

Apesar do avanço nas conversas entre MDB e PSDB, o PSD permanece como um elemento central no jogo político. Ao O Hoje, fontes próximas ao senador Vanderlan Cardoso (PSD) afirmaram que uma fusão entre PSD e PSDB é apenas especulação neste momento, mas que deve tomar forma já nos próximos meses.

Cláusula de barreira

A cláusula de barreira é outro elemento que motiva a fusão. O PSDB tem enfrentado um declínio acentuado nos últimos anos, o que pode ameaçar sua sobrevivência como partido. A incorporação ao MDB ou PSD seria uma forma de garantir sua continuidade e relevância no cenário político nacional.

A cláusula de barreira define critérios que os partidos devem cumprir para ter acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão. Para isso, é necessário alcançar ao menos dois dos seguintes requisitos: eleger pelo menos 11 deputados federais em, no mínimo, nove unidades da Federação; ou obter, nas eleições para a Câmara dos Deputados, pelo menos 2% dos votos válidos, distribuídos em ao menos nove estados, com no mínimo 1% dos votos válidos em cada um deles.

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