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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Fazendo a diferença

Projeto Cestampas: a reciclagem que alimenta famílias

Desde 2021, o projeto já proporcionou cestas básicas para mais de 800 famílias em situação de vulnerabilidade

Postado em 13 de janeiro de 2025 por Renata Ferraz
Cestampas
Foto: Divulgação I Cestampas

Em Goiás, uma iniciativa criada por dois cidadãos tem transformado diversas áreas.  Este projeto, chamado Cestampas, destaca-se como um exemplo de solução criativa e eficaz para problemas que impactam diretamente a sociedade.

O projeto Cestampas foi idealizado em 2021 pelo empresário Edgar Morais, presidente da iniciativa, e pela professora Viviane Cavalcante, vice-presidente. A ideia nasceu durante a pandemia de COVID-19, em um momento em que a crise econômica intensificava o desemprego e a fome. O projeto tem como objetivo principal arrecadar tampas de garrafas PET e outros plásticos, vendê-los e reverter o dinheiro em cestas básicas para famílias carentes. 

Desde o início, as ações do Cestampas têm contribuído significativamente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU, que visam alcançar um mundo mais justo e sustentável até 2030. A missão diária do projeto é ajudar as famílias carentes através da conversão de tampinhas em alimentos, ao mesmo tempo em que busca concretizar os ODS, abordando o combate à fome, a promoção da saúde e bem-estar, a gestão sustentável da água potável, o crescimento econômico, a sustentabilidade nas cidades.

A dinâmica do projeto é simples, mas extremamente impactante. Aproximadamente 450 tampinhas são necessárias para gerar 1 kg de plástico, e 60 kg são convertidos em uma cesta básica. Isso significa que é preciso reunir cerca de 27.000 tampinhas para montar uma cesta básica.

Desde o início, o Cestampas beneficiou mais de 890 famílias, mas atualmente há 290 famílias na lista de espera, aguardando a arrecadação de plásticos para que possam receber alimentos. Segundo Viviane Cavalcante, o projeto arrecada mensalmente entre 800 kg e 1 tonelada de plástico, o que equivale a aproximadamente 10 a 15 cestas básicas por mês.

No início, as cestas eram entregues diretamente nas residências das famílias. No entanto, a logística e os custos com combustível levaram à mudança na metodologia de distribuição. Desde novembro de 2024, as famílias beneficiadas buscam as cestas na sede do projeto e participam de palestras ministradas por psicólogos, com o objetivo de oferecer apoio emocional e fortalecer vínculos.

O projeto também conta com uma ampla rede de pontos de coleta. Atualmente, existem 85 pontos em Goiânia e 98 em Aparecida de Goiânia, localizados em supermercados, academias, condomínios, drogarias, escolas, salões de beleza e pizzarias, entre outros estabelecimentos. Além de utilizar as redes socias para fomentar o projeto.

Em escolas públicas, foram realizadas dezenas de palestras voltadas para a educação sobre sustentabilidade e cidadania. O Cestampas incentiva a adoção de atitudes sustentáveis, como separar corretamente o lixo, economizar água e energia, evitar desperdício de alimentos e reutilizar materiais sempre que possível. 

“Nosso projeto trabalha com base em alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e está alinhado a uma prática social na qual todos podem contribuir para ajudar famílias em vulnerabilidade social, apenas juntando tampas plásticas e outros resíduos. Temos um lema que diz: ‘Tampinha não é lixo’”, explica Viviane Cavalcante. 

Ela destaca a importância de incorporar a coleta seletiva como prática cultural no Brasil, apontando que em países como o Japão, até o descarte de lixo fora do local adequado é tratado como crime, um exemplo que, segundo ela, deve ser seguido.

Além disso, Viviane apresenta o Cestampas como sendo um grande aliado na prevenção de doenças. Uma simples tampinha descartada no meio ambiente pode acumular água parada, tornando-se um criadouro para o mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika vírus e chikungunya. “Essas doenças podem ter consequências fatais, e foi com esse propósito que criamos o lema: ‘Tampas que salvam vidas’”, acrescenta.

O Cestampas representa uma solução integrada para problemas ambientais e sociais, mostrando que pequenas ações podem ter impactos significativos. Ao combinar educação, sustentabilidade e assistência social, o projeto não apenas ajuda famílias em vulnerabilidade, mas também contribui para a formação de uma sociedade mais consciente. Para participar , basta juntar tampas plásticas e levá-las a um dos pontos de coleta espalhados por Goiânia e Aparecida de Goiânia.

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