Goiânia foi surpreendida por um intenso temporal que provocou alagamentos significativos em várias regiões da cidade. A força das chuvas deixou famílias ilhadas e expostas a situações de risco, evidenciando os desafios enfrentados pela população durante eventos climáticos extremos.
O Rio João Leite transbordou nas proximidades da GO-080, no Setor Vila Maria Rosa, isolando residentes e visitantes em suas casas e estabelecimentos. O Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO) realizou operações de resgate, utilizando embarcações de alumínio e botes tipo balsa para salvar 15 pessoas e dois cães. Entre os resgatados, estavam turistas de outros estados hospedados em uma pousada local, não houve registro de feridos.
Além disso, bairros como Santa Genoveva, Jardim Guanabara, Vila Bandeirantes, Setor Sul e Setor Jaó também sofreram com alagamentos. A Defesa Civil de Goiânia identificou 126 pontos de alagamento na cidade.
O número representa um aumento de 27,7%, quando comparado ao levantamento realizado na mesma época em 2023. No período, Goiania havia 99 pontos de alagamento espalhados por toda a cidade. Um aumento preocupante que evidencia a vulnerabilidade da infraestrutura urbana frente a eventos climáticos intensos.
Em entrevista ao Jornal O Hoje, a Defesa Civil de Goiânia afirma que está sendo realizado um levantamento para apontar a quantidade de residências atingidas pelas chuvas. Apesar de nenhuma família ter necessitado até o momento, o órgão disponibiliza abrigos provisórios na Secretaria Municipal de Assistência Social.
Além disso, a Defesa Civil afirmou que ainda existem áreas em observação com risco de alagamento. “Ao todo, temos 33 áreas monitoradas consideradas de risco em Goiânia”, afirmou o coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil, Robledo Mendonça.
O Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) registrou volumes de chuva muito superiores às previsões iniciais. A região norte da cidade, especialmente o Jardim Pompéia, acumulou 145 mm de precipitação, enquanto o centro de Goiânia registrou 131 mm. Esses valores representam até 12 vezes o volume de chuva previsto, que era de 15 mm, indicando a severidade do fenômeno climático.
A força das águas causou a interdição de vias importantes, como a Marginal Botafogo, além de derrubar árvores e provocar deslizamentos de terra, aumentando os transtornos para a população.
Em resposta, a Prefeitura de Goiânia mobilizou equipes para avaliar os danos e implementar medidas emergenciais visando restabelecer a normalidade e minimizar os impactos das chuvas.

Sandro Mabel, se manifestou nas redes sociais solicitando que a população não tentasse se locomover durante as chuvas. “Eu quero pedir a vocês que não saiam de casa, fiquem tranquilos em casa ou aonde estiverem, se estiverem em um restaurante, espere a chuva passar”, afirmou o prefeito de Goiânia.

“Tem muita rua que está muito alagada, muita água pra todo lado, então não saia aventurando por aí. Principalmente em passagem de córregos, baixadas, não passem, por favor”, completou Mabel.

Dessa forma, Robledo Mendonça afirma que a cidade deve investir em drenagem urbana, micro e macro drenagem para evitar que alagamentos como estes continuem a acontecer. Por outro lado, a população deve ficar atenta ao descarte irregular do lixo, uma vez que atrapalha o correto escoamento da água.

Previsão climática

O período chuvoso em Goiânia tende a persistir nos próximos dias. Para quarta-feira (15), a previsão indica chuvas com trovoadas e temperaturas variando entre 21°C e 27°C, e umidade relativa do ar em torno de 75%. A probabilidade de chuva é de 50%, sugerindo a possibilidade das condições climáticas adversas.
A previsão é que as pancadas de chuva continuem até segunda-feira (20), com ventos de até 16 km/h. Dessa forma, o período chuvoso deve dar uma trégua nesta terça-feira (21). Neste dia, a previsão é de um clima parcialmente nublado com a probabilidade de 0% de chuva.