A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) acionou a Polícia Federal (PF) neste domingo após receber ameaças de morte em suas redes sociais. As ameaças ocorreram em reação a um vídeo publicado pela parlamentar no sábado (18), no qual ela defende o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e comenta sobre a medida, já revogada, que visava ampliar a fiscalização de transações bancárias e do Pix. No vídeo, Hilton rebateu informações divulgadas por representantes da direita, especialmente o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

De acordo com a assessoria da deputada, ela começou a receber mensagens e comentários como: “deveria ser fuzilada”, “pistoleiros contratados para ficar em sua cola” e “Projeto Ronnie Lessa 2.0 deve entrar em ação”. Seus advogados reuniram prints das ameaças e solicitaram à PF a abertura de um inquérito para identificar os responsáveis. A PF ainda não se manifestou sobre o caso.

Em nota, Erika Hilton afirmou que parte da extrema-direita “não se conforma com a propagação da verdade” e recorre a intimidações. “Não recuarei. Estou, junto de meus advogados e equipe de segurança, tomando as medidas necessárias para responsabilizar quem comete crimes. Mas, acima de tudo, não podemos perder o foco, que é espalhar a verdade sobre os fatos e combater a desinformação de quem quer sequestrar, destruir a democracia e o livre debate público”, disse a deputada.

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O vídeo publicado por Hilton, com cerca de quatro minutos de duração, tem uma estética similar à de um vídeo divulgado por Nikolas Ferreira na terça-feira (14), no qual o deputado criticou a medida do governo Lula e insinuou que ela poderia resultar em taxação. O post de Ferreira viralizou, com mais de 800 mil visualizações, e fez com que ele ultrapassasse o presidente em número de seguidores. No dia seguinte, o governo federal recuou e revogou a norma da Receita Federal sobre movimentações financeiras.

No vídeo, Hilton afirmou que Lula “nunca defendeu a taxação do Pix” e que a população está sendo “enganada” pela extrema-direita, sem citar o nome de Nikolas Ferreira. “Muito pelo contrário, quem sempre defendeu a taxação do Pix foi o ex-ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes. Lula propôs algo que já existe. Atualmente, a Receita Federal já recebe informações sobre movimentações a partir de R$ 2 mil, e o governo queria aumentar esse limite para R$ 5 mil, com o objetivo de coibir e combater crimes”, explicou a deputada.