Volta às aulas: como lidar com este momento de transição para pais e filhos
Psicóloga dá dicas para garantir o bem-estar de toda a família
A volta às aulas é um momento marcante tanto para as crianças quanto para os pais. Embora a decisão de matricular um filho em uma escola, creche ou colégio frequentemente seja uma necessidade imposta pela rotina de trabalho dos familiares, essa etapa da vida traz consigo uma série de desafios emocionais. Para muitos pais, especialmente aqueles que enfrentam a separação temporária de seus filhos após as férias, o sentimento de insegurança e até mesmo de abandono pode ser um peso emocional. Contudo, essa fase de transição é essencial para o crescimento dos pequenos e também para o amadurecimento da família como um todo.
Não existe uma idade exata para que as crianças comecem a frequentar a escola. A decisão de matriculá-las é, muitas vezes, uma resposta às exigências do cotidiano, mas também uma marca importante na trajetória de pais e filhos. A separação, que ocorre no momento em que as crianças retornam à escola após um período de férias, é uma das experiências mais comuns, mas também uma das mais difíceis.
“Este momento pode gerar uma série de sentimentos, tanto nos pais quanto nas crianças. Para os adultos, é comum que apareçam sentimentos de preocupação e medo de que algo ruim aconteça com os filhos. Para as crianças, o afastamento dos pais pode gerar tristeza, ansiedade ou até medo do desconhecido”, explica a psicóloga Maria Silva. A especialista enfatiza a importância de entender esses sentimentos como parte do processo de crescimento emocional, e que tanto os pais quanto os filhos precisam de apoio e paciência para enfrentar a transição com sucesso.
O primeiro passo para lidar com a volta às aulas é oferecer suporte emocional aos filhos. Quando os pais demonstram segurança e tranquilidade, as crianças têm mais chances de se sentirem confiantes e preparadas para a volta ao ambiente escolar. Um dos maiores erros que os pais podem cometer é tentar esconder suas próprias inseguranças, uma vez que os filhos são muito sensíveis ao ambiente emocional que os cerca.
“Esteja ciente de que seus filhos perceberão suas preocupações e ansiedades. Se você expressar seus medos em relação à escola, é possível que isso os afete ainda mais, já que as crianças tendem a absorver as emoções dos adultos”, alerta Maria Silva. Ela sugere que os pais se tornem modelos de comportamento, demonstrando que a escola é um lugar seguro, importante e divertido. “É crucial modelar um comportamento positivo, mostrando às crianças que a escola pode ser uma experiência enriquecedora”, complementa.
Além disso, é fundamental que os pais ajudem as crianças a lidar com a separação de maneira saudável. Não é necessário dramatizar a situação ou prolongar a despedida. “Explique à criança de forma simples e clara como será a rotina e o que ela pode esperar. O processo de adaptação é normal e faz parte do desenvolvimento dela”, orienta a psicóloga.
Dicas práticas para facilitar a volta às aulas
Para tornar o retorno às aulas mais tranquilo, tanto para pais quanto para filhos, existem algumas dicas práticas que podem ser muito úteis:
Passe segurança: demonstre que você está tranquilo e que estará lá para buscar a criança ao final do dia. A segurança transmitida pelos pais é essencial para que as crianças se sintam confortáveis.
Não faça rodeios: evite prolongar demais a conversa sobre o retorno à escola. Explique de forma objetiva o que está acontecendo, sem criar um clima de ansiedade.
Estabeleça uma rotina: as crianças se sentem mais seguras quando sabem o que esperar. Estabeleça uma rotina organizada, desde o momento de acordar até o trajeto para a escola. Isso ajuda a criar um ambiente de confiança.
Seja sensato: lembre-se de que a escola é um ambiente de aprendizagem e socialização. Não perca a calma ou se sobrecarregue de preocupações. Caso algo aconteça, a escola tem um protocolo de comunicação com os pais.
Não dê prêmios: a escola não deve ser vista como algo negativo. Evite premiar as crianças por cumprirem com suas responsabilidades escolares. O objetivo é que a criança veja a educação como algo prazeroso e valioso.
É comum que algumas crianças relutem ao retornar para a escola, principalmente após longas férias. Isso não significa necessariamente que estejam passando por algo traumático ou que estejam infelizes. “O medo do desconhecido é natural e faz parte do processo de adaptação. Se a criança demonstra resistência, tente conversar com ela, entender suas preocupações e tranquilizá-la”, sugere Maria Silva.
Uma das maneiras de aliviar esse medo é permitir que a criança visite a escola antes do início das aulas. Isso ajuda a familiarizá-la com o novo ambiente e a reduzir a ansiedade. Também é importante destacar a importância da escola no desenvolvimento intelectual e social, enfatizando a oportunidade de fazer novos amigos e aprender coisas novas.
A Importância da segurança
Além das questões emocionais, a volta às aulas também exige que os pais tomem medidas práticas para garantir a segurança das crianças, tanto em casa quanto no trajeto até a escola. Algumas atitudes simples podem evitar situações de risco e contribuir para o bem-estar das crianças.
Em casa, os pais devem orientar as crianças sobre o uso de eletrônicos, a segurança nas conversas com estranhos e a importância de estar sempre com os contatos de emergência anotados em seus pertences. No trajeto até a escola, é fundamental que as crianças utilizem a faixa de pedestres e estejam sempre acompanhadas de colegas ou responsáveis.
Seja no carro, no transporte público ou a pé, a segurança nunca deve ser negligenciada. Durante o trajeto, os pais precisam estar atentos aos arredores e garantir que as crianças não se distraem com aparelhos eletrônicos ou objetos de valor.
A volta às aulas é um momento de transição que envolve tanto os pais quanto as crianças. Por mais que seja uma fase de adaptação, ela é fundamental para o crescimento emocional e social dos pequenos. Os pais devem estar preparados para oferecer apoio, segurança e tranquilidade durante essa fase, ajudando as crianças a lidarem com suas emoções e a entenderem a importância da educação.