Enfraquecimento do Lula pode forçar candidatura do PSB em 2026
Partido conseguiu se modernizar e avançar mais no pragmatismo político, exemplos como Tabata Amaral e João Campos demonstram isso
Devido ao desgaste do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que enfrenta adversidades políticas e econômicas em sua gestão, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) pode tomar frente das esquerdas nas eleições de 2026. De acordo com o site oficial, o partido se caracteriza como uma esquerda democrática, ou centro-esquerda, que é contrário tanto ao liberalismo, quanto aos comunistas adeptos ao stalinismo. Se estabeleceram como defensores de um socialismo democrático. No entanto, na prática, o partido demonstra maior pragmatismo do que sugere a sua própria definição. Fator pode ser um ponto forte para as disputas eleitorais.
Os prefeitos e governadores, senadores, deputados e vereadores são, em geral, intervencionistas na economia, em certo grau, mas distantes do socialismo marxista ortodoxo que se propõem. Um exemplo é a Tabata Amaral, que atualmente faz parte do corpo de deputados federais do PSB. Uma proeminente figura dentro do partido. Se tornou uma antagonista de Pablo Marçal (PRTB) na disputa pela prefeitura de São Paulo. Quando ainda era do Partido Democrático Trabalhista (PDT) votou a favor do texto principal da Reforma da Previdência e, em outros momentos, se posicionou a favor da responsabilidade fiscal, ou redução de gastos. Situações que sujaram a imagem de Tabata perante a esquerda mais radical. Mas, conseguiu encontrar eco na sociedade se afirmando como uma esquerda mais moderada.
O PSB tem diversas outras personalidades que conseguiram modernizar a esquerda. O exemplo de João Campos, prefeito de Recife e filho do falecido ex-deputado federal, Eduardo Campos. O mandatário demonstra em suas redes sociais, pelo engajamento, o quanto conseguiu se conectar com as gerações mais jovens. João adotou uma forma mais descontraída de lidar com a política, se tornando um símbolo de gestão moderna, juventude e capacidade para lidar com os problemas da cidade. Foi eleito prefeito em 2020 e depois foi reeleito em 2024 com uma votação recorde. Apontando que a conciliação entre pragmatismo político e juventude, dentro da esquerda, tem uma demanda muito alta.
Esse modelo começou a ter resultado dois anos antes, como aponta o site oficial, em 2018 “o PSB elege três governadores: Renato Casagrande no Espírito Santo, João Azevedo na Paraíba, e Paulo Câmara em Pernambuco (reeleito). No Congresso Nacional, o partido conquista 32 cadeiras de deputados federais, a sétima maior bancada na Câmara, além de duas vagas no Senado Federal, com destaque para Leila do Vôlei, a primeira senadora eleita da história do DF. O partido elege ainda 64 deputados estaduais em 24 estados”.
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E quando se refere ao governo Lula, o desgaste político tem se tornado cada vez mais evidente. Em poucos dias, o presidente sofreu três derrotas seguidas e pode estar caminhando para a quarta com a pauta engatilhada para estourar nas próximas semanas.
Começou com a polêmica do envio de representantes para a posse do ditador Nicolás Maduro da Venezuela, acompanhada pelo desgaste seguido pela submissão de Lula em acatar as exigências dos governadores na PEC da Segurança Pública e a situação, que ainda não foi totalmente decifrada, das novas regras que foram anunciadas pela Receita Federal (suposta taxação do pix), na qual o chefe de Estado teve que voltar atrás.
O líder petista pode estar caminhando para outra crise: o projeto de lei que deve ser apresentado ao Congresso do retorno do imposto sindical. O presidente sindicalista e os trabalhadores podem rivalizar com a disputa que abalará as estruturas do governo nos próximos dias. Indicando que a tortuosidade em que anda caminhando pode levar para uma rejeição cada vez maior da população brasileira, que pode se manifestar em um momento mais decisivo: nas eleições. Manchando a inabalável história que, os líderes do Partido dos Trabalhadores hoje, acreditam que o Lula tenha.