Ruas de Goiânia estão como ‘queijo suíço’ diante de tantos buracos
Além da capital, em Aparecida de Goiânia, o secretário de Infraestrutura afirma que a gestão passada fazia uma ‘porcariazinha’ quanto a pavimentação
As ruas e avenidas de Goiânia enfrentam um problema crônico: os buracos. Intensificados durante o período chuvoso, esses danos no asfalto geram transtornos para motoristas, ciclistas e pedestres, além de representarem riscos à segurança e prejuízos financeiros. Apesar dos esforços das prefeituras para solucionar a questão, o desafio se mantém devido às condições climáticas, infraestrutura desgastada e aumento no volume de tráfego.
Ainda nesta semana, um empresário registrou o momento em que dois motociclistas caíram em um buraco com cerca de 40 centímetros de profundidade na Avenida Anhanguera, o que gerou estragos mecânicos e ferimentos. Em entrevista, o empresário João Roberto Melo relatou que presencia com frequência pneus furados e quedas constantes na mesma via.
Cenas como essas são comuns para a população da capital goiana, como é o caso dos moradores da região Noroeste que instalaram uma placa irônica oferecendo “vagas de emprego” para políticos. A atitude inusitada buscou chamar atenção para o problema persistente de um buraco na Rua Divisa, no Jardim Liberdade.
Por outro lado, em 2024, a Prefeitura de Goiânia relatou o fechamento de cerca de 267 mil buracos. Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), apenas nos primeiros dez dias de 2025, mais de 8 mil reparos foram realizados. Além disso, uma força-tarefa atua para atender os pedidos em até cinco dias após o registro.
Vale ressaltar que a população pode reportar os problemas pelo aplicativo Goiânia 24 Horas ou pelo WhatsApp da secretaria, que recebe cerca de 100 solicitações diárias.
Para situações como o da Avenida Anhanguera e o do Setor Noroeste, o procedimento da operação tapa-buracos é o mais indicado. Na ocasião, inclui limpeza, requadramento e aplicação de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), cuja durabilidade varia entre 5 e 10 anos, dependendo de fatores como manutenção e condições climáticas. No entanto, a Seinfra ressalta que a ação é corretiva, enquanto a solução definitiva depende de recapeamentos mais amplos.
Embora as operações tapa-buracos sejam necessárias, especialistas destacam que investimentos em infraestrutura de qualidade e planejamento urbano são essenciais para enfrentar o problema. Recapeamentos completos, monitoramento constante e uso de tecnologias mais avançadas no asfalto podem oferecer uma solução duradoura.
Os danos causados pelos buracos vão além do desconforto. O dono de uma oficina mecânica em Goiânia, João Luís relata um aumento significativo nos atendimentos de veículos danificados, especialmente pneus, suspensões e rodas. Reparos simples, como alinhamento, podem custar R$ 50, mas danos mais graves elevam os custos para até R$ 800.
“Com ruas tão esburacadas como essas de Goiânia é importante que o motorista evite dirigir em alta velocidade ou frear bruscamente ao passar por buracos, pois agrava os danos.” Além disso, problemas como desalinhamento e formação de bolhas nos pneus podem levar a acidentes graves. A recomendação do especialista é redobrar a atenção, especialmente durante chuvas, e realizar manutenções preventivas no veículo.
Agravantes do período chuvoso
As chuvas desempenham um papel significativo na deterioração do asfalto. A água penetra nas fissuras, causando a quebra da camada asfáltica. A dificuldade em manter a base compactada que sustenta o asfalto torna os reparos menos duradouros. Conforme observa o arquiteto e urbanista Renato Melo, “Quanto a pavimentação asfáltica é muito importante que haja uma ação emergencial que atenda à mobilidade urbana para garantir a qualidade de vida da população principalmente durante o período chuvoso”.
Os danos causados pelos buracos vão além do desconforto. Oficinas da região relatam aumento significativo nos atendimentos de veículos danificados, especialmente pneus, suspensões e rodas. Reparos simples, como alinhamento, podem custar R$ 50, mas danos mais graves elevam os custos para até R$ 400.
O mecânico Marcelo Soares alerta que dirigir em alta velocidade ou frear bruscamente ao passar por buracos agrava os danos. Além disso, problemas como desalinhamento e formação de bolhas nos pneus podem levar a acidentes graves. A recomendação é redobrar a atenção, especialmente durante chuvas, e realizar manutenções preventivas no veículo.
“A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) continua executando os reparos na malha viária do município, com foco nas áreas mais afetadas. São 10 equipes que trabalham em toda a cidade diariamente, atendendo todas as regiões. Embora existam rotas previamente definidas, a priorização tem sido dada aos pontos críticos, considerando as condições climáticas adversas que impactam diretamente a infraestrutura. O planejamento para o ano segue em andamento e, em breve, serão divulgadas as novas ações programadas.”, afirma o órgão.