O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sábado, 25 de janeiro de 2025
Xadrez político

Descompasso dos extremos fortalece poder do centrão

Enquanto a esquerda não constrói um nome de peso capaz de substituir o atual presidente em eventual saída de cena, direita se vê dividida em diferentes frentes

Postado em 25 de janeiro de 2025 por Felipe Cardoso
Deputados foto Reprodução
Deputados foto Reprodução

Nos bastidores da cena política não se fala em outra coisa senão a disputa para 2026. Apesar da distância, muitos agentes políticos trabalham com entusiasmo para chegar o mais forte possível na corrida eleitoral daquele ano. Os planos são ainda mais robustos no que diz respeito à corrida pela presidência da República ocupada, atualmente, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Diversos nomes são ventilados como propensos adversários do grupo esquerdista que buscará ou a recondução de Lula ou a sucessão de algum nome ligado ao político. A esquerda mais radical é defensora nata da ideia de continuidade do presidente. No entanto, sua participação nas eleições daquele ano ainda é uma incógnita. Em reunião ministerial recente, Lula, inclusive, considerou a possibilidade de não concorrer. E mais: pregou a união das lideranças. 

O discurso pela convergência passa, evidentemente, pelo receio do enfraquecimento. Acontece que a leitura é de que sem Lula na cena as chances da esquerda performar mal aumentam exponencialmente. Não à toa, desde já o presidente tem defendido que as lideranças mantenham um alinhamento político para dar robustez ao projeto daquele ano, com ele fora ou dentro do jogo. 

Enquanto a esquerda não constroi um nome de peso capaz de substituir o atual presidente em uma eventual saída de cena, a direita se vê dividida em diferentes frentes de poder. Na contramão daqueles que atualmente detêm o poder, o que não falta em meio a direita brasileira são alternativas para a corrida eleitoral. 

Romeu Zema, Eduardo Leite, Ronaldo Caiado, Tarcísio de Freitas, Michele Bolsonaro e até Flávio Bolsonaro são vistos como possibilidades. A leitura, porém, é que tal qual um lado peca por não formar uma nova liderança, outro peca de igual modo em dividir sua força em várias frentes.

No segundo caso, o descontentamento tem sido tamanho a ponto do ex-presidente Jair Bolsonaro defender um “limpa” no PL, seu partido político. O argumento é que muitas das lideranças, que segundo um de seus filhos surgiram da costela do pai, não demonstram o alinhamento político esperado pelo ex-mandatário. Sendo assim, melhor que desembarquem. 

Com isso, o entendimento é que enquanto os dois extremos permanecerem errando nas estratégias relacionadas a 2026, o centrão se torna mais poderoso. O que, inclusive, tem se tornado cada dia mais perceptível. Conforme mostrado pela imprensa nacional, o presidente Lula planeja uma reforma ministerial para este ano. A troca no quadro de auxiliarem tem o objetivo de garantir medidas mais assertivas, tendo como ponto de partida uma política de resultados, mas não só: contemplar o centrão. 

O interesse não poderia ser outro: garantir a aprovação das matérias de interesse na Câmara e no Senado sem dificuldades, além de aumentar significativamente as chances de apoio dos grupos ligados ao centro em 2026. 

Leia mais: Historiador explica extrema-direita, fascismo e nazismo

A tacada, inclusive, já rendeu frutos ao atual presidente que pode aumentar e muito as chances de arrastar novas figuras para o seu palanque político. No caso do União Brasil, que conta com pré-candidato à presidência e ocupa três ministérios do Governo Lula, algumas lideranças defendem já defendem a manutenção do mandatário.

Um dos principais nomes do partido no Congresso, o deputado federal e líder da legenda na Câmara, Elmar Nascimento (UB-BA), defende que a sigla se mantenha fiel ao governo Lula. Para ele, seria uma “traição”  caso o União Brasil lançasse um candidato próprio, já que a sigla ocupa três posições no alto escalão. 

Certo de sua escolha, o federal já adiantou que estará ao lado de Lula nas eleições daquele ano. “Eu não vou virar as costas em 2026. Vou apoiar o presidente. A política não perdoa traição”, disse. A posição de Elmar é defendida por uma ala significativa do partido. E o mesmo pode estar prestes a acontecer com expoentes do PDT, MDB e PSDB, por exemplo. 

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também