O descarte irregular de resíduos em áreas públicas ou o depósito clandestino de materiais em propriedades privadas gera muitos problemas. Além de bloquear a passagem de pedestres e veículos, esse tipo de descarte contribui para a poluição, atrai animais indesejados e insetos que transmitem doenças como Dengue, Zika e Chikungunya, e ainda intensifica os alagamentos durante as chuvas. As repercussões afetam tanto os moradores quanto os comerciantes, representando um risco à saúde pública.

De acordo com o consórcio Limpa Gyn, a capital goiana conta com mil locais onde o lixo é descartado, sendo que pelo menos 200 desses lugares são considerados “pontos viciados”, caracterizados por descarte frequente e de grande volume. Os bairros com mais pontos com descarte irregular são o Setor Pedro Ludovico, Parque Atheneu, Jaó, Norte Ferroviário e Setor Aeroporto.

Com o objetivo de sanar esse descaso, no início do mês, o prefeito Sandro Mabel determinou a intensificação do monitoramento da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em áreas da cidade conhecidas pelo descarte irregular de lixo, principalmente em proximidades de córregos e áreas públicas municipais. 

A determinação da nova gestão ocorre dentro do cenário de foco na limpeza da cidade, com a realização de mutirões em bairros da cidade. Desde o início de janeiro, já foram realizados dois mutirões de limpeza e a previsão é de que R$ 300 milhões sejam investidos nos primeiros cem dias de sua gestão em serviços de zeladoria na cidade. 

Para combater o descarte inadequado em espaços públicos, a Prefeitura implementou a construção de cinco Ecopontos, localizados estrategicamente nos bairros Guanabara II, Faiçalville, Residencial Campos Dourados, Jardim São José e Parque Eldorado Oeste. 

Nesses pontos, a comunidade pode entregar diversos tipos de materiais de forma voluntária. O serviço é gratuito e as unidades operam diariamente, das 7h às 19h. Pneus, restos de jardinagem, sucata, móveis, óleo de cozinha usado, materiais recicláveis, entre outros, podem ser levados para esses locais.

Os materiais não recicláveis são encaminhados para o Aterro Sanitário do município, enquanto os recicláveis são destinados a cooperativas parceiras da Prefeitura, proporcionando renda e sustento para várias famílias goianienses que dependem da reciclagem.

A prefeitura ainda reforça pedido à população para que faça o descarte de resíduos em locais adequados, e denuncie a ação de infratores, por meio do número 161 e pelo aplicativo Prefeitura 24h, que são os canais de denúncia para a Amma.

Um milhão de “lixos” retirados das ruas

Um milhão de toneladas. Esse é o quantitativo de lixo domiciliar, seletivo e de entulhos recolhidos das ruas, calçadas e lotes baldios pelo Consórcio Limpa Gyn, desde que assumiu a limpeza urbana de Goiânia, em maio de 2024. 

Em apenas dez meses na execução dos serviços de limpeza urbana a empresa atingiu o número acima, que representa um bilhão de quilos de detritos e inservíveis (armários, camas, sofás e outros móveis sem utilidade) que foram retirados do convívio da população.

O quantitativo de “lixo” eliminados dos bairros e setores da cidade, resulta na exclusão de focos da dengue e impede a proliferação de insetos, além de deixar a cidade mais “limpa”, com aspecto mais saudável e higiênico.  

Levando em conta que o recolhimento de lixo domiciliar e a remoção de entulho ocorrem sem interrupções, de segunda a domingo, o Limpa Gyn retirou das lixeiras e dos terrenos baldios cerca de 4,5 mil toneladas de lixo e entulho por dia.

As equipes de remoção de entulho recebem a demanda e programam o serviço, que é realizado por regiões, seguindo a ordem de chegada das demandas. O cidadão deve ligar no 3093-9223 e deixar endereço completo. Ou se preferir, poderá fazer sua solicitação no site, pelo e-mail ([email protected]) ou ainda na sede da empresa, na Avenida Perimetral Norte.

Guarda Civil Metropolitana flagra descartes irregulares 

A GCM de Goiânia, em colaboração com a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), está promovendo uma operação para combater o descarte irregular no município. “O descarte irregular representa um transtorno para a população, além de deixar a cidade suja e propensa à proliferação de doenças como dengue, zika e chikungunya”, aponta o presidente e comandante da GCM, Gustavo Toledo.

No dia 8 de janeiro, um homem de 65 anos foi detido pela Coordenadoria de Guarda Ambiental (CGA) da Guarda Civil Metropolitana de Goiânia após ser flagrado descartando irregularmente entulho em um lote baldio na Avenida Piratininga, no Parque Amazônia.

Durante a abordagem, uma forte chuva teve início, e o suspeito tentou fugir para uma área de mata próxima ao local. A GCM mobilizou equipes adicionais para realizar buscas na região, após um trabalho coordenado, o homem foi localizado e detido. 

A ação ocorreu durante patrulhamento da operação GCM Presente. Ao constatar o crime ambiental, equipes da AMMA e da Coordenadoria de Educação e Fiscalização de Trânsito (CEFTRAN) foram acionadas. O veículo utilizado, um FORD/CORCEL II azul, foi apreendido por apresentar diversas irregularidades, e o homem foi autuado pelo crime ambiental.

O infrator foi conduzido à Central Geral de Flagrantes (CGF), onde foi enquadrado no artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais, que penaliza atos de poluição causadores de danos à saúde humana.

Dois dias depois, após uma denúncia pelo número 153, os agentes da GCM flagraram um homem em ato de descarte de entulhos de construção na Praça Vereador Boaventura, situada no Setor Vila Nova.

Ao ser abordado pela GCM, o homem alegou que planejava retirar o material posteriormente, com o auxílio de um serviço particular de coleta de entulhos. Em decorrência da ação irregular, ele foi autuado pela Amma com aplicação de multa de R$ 5 mil e levado pela GCM à Central de Flagrantes. 

Essa prática não só causa danos ao meio ambiente e à saúde pública, mas também é classificada como crime ambiental, de acordo com o artigo 54 da Lei Nº 9.605, que trata das penalidades e sanções administrativas decorrentes de ações prejudiciais ao meio ambiente.