Déficit orçamentário afeta 18 dos 20 maiores municípios goianos, diz TCM-GO
Dados do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) coloca Novo Gama, Caldas Novas e Aparecida de Goiânia no topo da lista
Muitos municípios goianos enfrentam um cenário difícil quando o tema é finanças. De acordo com o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO), diversas cidades do estado estão em situação fiscal crítica, apresentando déficits significativos que comprometem a sustentabilidade das prefeituras e a prestação de serviços essenciais. O HOJE realizou um levantamento sobre a situação fiscal das 20 maiores cidades de Goiás e Novo Gama foi a que registrou o maior déficit percentual no ano passado.
Top 3
De acordo com os dados disponíveis no Portal do Cidadão do TCM-GO, Novo Gama lidera a lista de déficits fiscais. O município, localizado no entorno de Brasília, arrecadou R$ 204,6 milhões em 2024, mas teve despesas de R$ 316,8 milhões, gerando um déficit de R$ 112,2 milhões, o que representa 35,41% de desequilíbrio. Logo em seguida, Caldas Novas enfrenta um cenário semelhante: com uma receita de R$ 298,8 milhões e gastos de R$ 459,4 milhões, o déficit de R$ 160,6 milhões corresponde a 34,95% de suas finanças. Aparecida de Goiânia ocupa a terceira posição, apresentando um déficit de 26,08%, resultado de uma arrecadação de R$ 1,7 bilhão e despesas de R$ 2,3 bilhões.
Outros municípios
Trindade ocupa a quarta posição, com uma arrecadação de R$ 407,7 milhões e despesas de R$ 506 milhões, resultando em um déficit de 19,42%. Valparaíso de Goiás vem logo atrás, na quinta posição, com um desequilíbrio de 17,17%, após arrecadar R$ 598 milhões e gastar R$ 722 milhões. Entre os municípios de maior porte, Rio Verde se destaca negativamente na sexta colocação, com um déficit de R$ 300 milhões, o que representa 14,28% de suas finanças, após uma arrecadação de R$ 1,8 bilhão e despesas de R$ 2,1 bilhões.
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A capital, Goiânia, embora registre o maior déficit absoluto, ocupa a sétima posição em termos percentuais. Com receitas de R$ 7,6 bilhões e despesas de R$ 8,8 bilhões, o déficit chega a R$ 1,2 bilhão, o que representa 13,64%. Em seguida, Formosa apresenta um déficit de 11,67%, com uma arrecadação de R$ 411,7 milhões e despesas de R$ 466,1 milhões. Planaltina, por sua vez, teve receitas de R$ 391,8 milhões e despesas de R$ 441,4 milhões, gerando um déficit de 11,23%.
Anápolis, uma das principais cidades de Goiás, ocupa a décima posição. O déficit por lá é de R$ 200 milhões (9,52%), resultado de receitas de R$ 1,9 bilhão e despesas de R$ 2,1 bilhões. Logo atrás, Jataí apresenta um déficit de 7,60%, com arrecadação de R$ 654,8 milhões e despesas de R$ 708,7 milhões. Catalão também enfrenta desafios financeiros, registrando um desequilíbrio de 6,24%, após arrecadar R$ 739,9 milhões e gastar R$ 789,2 milhões.
Luziânia, com um déficit de 4,84%, arrecadou R$ 752,5 milhões e teve despesas de R$ 790,8 milhões. Goianésia segue com um déficit de 4,34%, com receitas de R$ 328,4 milhões e gastos de R$ 343,3 milhões. Cidade Ocidental registrou um déficit de 4,21%, arrecadando R$ 351,8 milhões e gastando R$ 367,3 milhões. Mineiros, com uma receita de R$ 640,5 milhões e despesas de R$ 666,1 milhões, apresentou um déficit de 3,84%.
Entre os municípios com menor desequilíbrio, Santo Antônio do Descoberto teve um déficit de 0,77%, com arrecadação de R$ 216,7 milhões e gastos de R$ 218,4 milhões. Itumbiara quase alcançou o equilíbrio, registrando um déficit marginal de 0,04%, com receitas de R$ 601 milhões e despesas de R$ 631 milhões.
Superávits
Por outro lado, Águas Lindas de Goiás e Senador Canedo se destacaram por arrecadar mais do que gastaram. Águas Lindas, por exemplo, registrou receita de R$ 619 milhões e teve despesas de R$ 575 milhões, alcançando um superávit de R$ 44 milhões (7,65%). Senador Canedo, por sua vez, teve o maior superávit absoluto, com receitas de R$ 1,06 bilhão e despesas de R$ 968,9 milhões, resultando em um saldo positivo de R$ 91,1 milhões (9,40%).