“MDB está de portas abertas para novas alianças”, diz Daniel Vilela
Vice-governador de Goiás visitou o grupo O Hoje na última segunda-feira, 27, e tratou dos planos políticos futuros
O vice-governador Daniel Vilela (MDB) visitou, na manhã da última segunda-feira, 27, os estúdios do grupo O Hoje, para um bate-papo com os jornalistas Felipe Cardoso e Wilson Silvestre. Na conversa, Vilela explicou sobre as tratativas da base governista para as vagas no Senado Federal, comentou a possível fusão dos emedebistas com o PSDB, uma possível aliança com o PL nas eleições de 2026, a adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) e as questões de segurança pública.
Logo no início da conversa, Vilela comentou sobre as tratativas do MDB em aglutinar o PSDB e sobre as divergências com os tucanos no âmbito da política goiana. “Existe um desejo do PSDB de se fundir com outro partido com uma bancada maior na Câmara dos Deputados e no Senado. É uma questão nacional. Se der certo, fortalece muito o nível nacional do nosso partido, mas a gente tem as nossas divergências aqui em Goiás. Agora, também se discute o PSDB com o PSD, e lá também existem as divergências regionais. Então, acho muito difícil de acontecer”, afirmou Daniel.
O vice-governador ainda exemplificou os possíveis desacordos em uma fusão partidária. “Como você chega lá em Minas, toma o PSD do Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, entrega para o Aécio Neves? São coisas muito difíceis de conciliar, mas estamos discutindo, o MDB está de portas abertas, não só para o PSDB, mas para outros partidos em nível nacional que também podem se fundir com o nosso partido”, explicou Vilela.
Sobre as tratativas da base governista para as vagas no Senado Federal, Vilela afirmou que o único nome certo é o da primeira-dama, Gracinha Caiado. “Nós vamos discutir o Senado mais à frente, a única coisa que nós temos decidido é que nós faremos da Dona Gracinha [Caiado], a senadora mais votada da história de Goiás”, disse ele.
O vice-governador também explicou que a escolha por Gracinha não aconteceu apenas por ser esposa do governador Ronaldo Caiado e elogiou a primeira-dama. “[A escolha aconteceu] principalmente pela liderança política que ela tem exercido dentro do governo e no estado de Goiás. Ela se relaciona com os prefeitos, é a primeira-dama, lidera uma série de projetos importantes que fizeram de Goiás hoje, a maior rede de proteção social, uma grande referência também”, comentou Daniel.
O emedebista garantiu que essa é a única decisão tomada pelo grupo político liderado por Caiado, em relação aos nomes que irão disputar o Senado representando a base governista, e que seu foco é “conquistar a legitimidade de ser candidato a governador”. “Outras definições de composição devem ocorrer naturalmente no ano da eleição”, explicou ele.
Sobre uma possível aliança com o PL em 2026, Vilela disse que é difícil antecipar o movimento. “A política está muito dinâmica. As coisas acontecem muito em cima da hora”, garantiu. “Isso é uma definição que o partido tem que tomar com seus integrantes, com seus aliados. Eu acho que a conjuntura nacional também irá falar alto nessas decisões que precisam ser tomadas. Tem a questão da inelegibilidade do presidente Bolsonaro, se vai ser candidato ou não, e isso vai influenciar. Então, é muito difícil pra mim poder antecipar e prever algo em relação ao PL aqui em Goiás em 2026”, disse Daniel.
Além disso, o vice-governador enxergou a disputa da base governista com o PL como um erro. “Acho que houve um erro aqui em Goiânia, essa disputa entre a nossa base e o PL, mas eu também não posso ficar dando pitaco em partido alheio”, afirmou o vice-governador, em referência a disputa do prefeito Sandro Mabel (União Brasil) com o candidato derrotado Fred Rodrigues (PL).
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Propag e Segurança Pública
Questionado sobre a adesão do governo de Goiás ao Propag, Daniel afirmou que se trata de uma decisão estratégica. “O governador já revelou, na semana passada em uma entrevista, que irá aderir ao Propag. Essa é uma decisão estratégica tomada por ele, como líder do nosso governo, compreendendo que há razões técnicas que demonstram que o Propag é mais benéfico ao Estado do que continuar no Regime de Recuperação Fiscal, apesar dos vetos”, explicou.
Ademais, o vice-chefe do Executivo afirmou que Caiado foi exemplar em sua relação com os municípios. “Em nenhum momento ele sacrificou qualquer município ou deixou, se omitiu de investir no município em razão do partido ou do grupo político”, destacou Daniel. “Agora, o governo federal, de repente, tenta impor algumas amarras aos estados, para que possam aderir às suas políticas, muitas delas, na nossa visão equivocada, principalmente na área da segurança pública”, destacou Daniel.
Vilela ainda afirmou que os recursos destinados do governo federal para políticas de segurança destoam do quantitativo investido pela atual gestão de Goiás. “São recursos ínfimos em relação ao que o Estado [de Goiás] já investiu na segurança pública ao longo desses últimos anos. Agora, tem R$ 1,2 bilhões para dividir entre os 27 estados. É insignificante do ponto de vista de mudanças efetivas, que possam garantir segurança da população. Em outros estados, que vivem situações aterrorizantes de colapso total na segurança pública, isso não vai fazer efeito nenhum”, frisou Vilela. (Especial para O Hoje)