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terça-feira, 4 de março de 2025
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Economia

Goiânia lidera alta nos preços de artigos de limpeza, aponta IBGE

Os preços dos produtos tiveram uma maior alta entre as capitais brasileiras em janeiro, conforme aponta o IPCA-15

Postado em 29 de janeiro de 2025 por Micael Silva
A variação na capital goiana foi de 1,50%, enquanto a média nacional registrou um recuo de -0,24% Foto: Divulgação
A variação na capital goiana foi de 1,50%, enquanto a média nacional registrou um recuo de -0,24% Foto: Divulgação

A alta nos preços dos produtos de limpeza tem pesado no bolso dos consumidores, especialmente dos trabalhadores que dependem desses itens para o dia a dia. Fabiane, 35 anos, diarista, sente o impacto direto em seu bolso e precisa mudar seus hábitos para conseguir se manter saudável nas compras. “Ah, senti demais! Tá tudo mais caro, viu? O sabão em pó e o detergente foram os que mais subiram”, relata.

Para driblar os aumentos, Fabiane precisou adotar novas estratégias na hora das compras. “Agora, vejo bem antes de comprar. Se tem uma marca mais barata e que limpa do mesmo jeito, eu levo. Também fico em alerta esperando promoção”, explica. Ela se acostumou a pesquisar as melhores ofertas e comparações de preços para tentar economizar.

Além disso, Fabiane visualiza variações de preço significativas entre os supermercados da cidade, principalmente quando se trata de itens essenciais. Por isso, ela tenta aproveitar as melhores oportunidades para economizar. “Outra coisa que faço é pesquisar antes. Se ver que um mercado está com promoção, já corro pra aproveitar”, conta.

Os preços dos produtos de limpeza em Goiânia, por exemplo, tiveram uma maior alta entre as capitais brasileiras em janeiro, conforme aponta o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A variação na capital goiana foi de 1,50%, enquanto a média nacional registrou um recuo de -0,24%. Na contramão, a cidade de Salvador (BA) apresentou uma maior queda no preço desses produtos, com uma variação de -1,52%. 

O consultor Rafael Gonçalves, CEO da Aqualis Soluções, empresa distribuidora de produtos de higiene e limpeza, esclarece que a variação mais alta observada em Goiânia é uma situação sazonal. “É uma situação momentânea, até porque em dezembro, por exemplo, Goiânia teve uma maior queda nos preços no Brasil”, afirma Gonçalves. Ele também acredita que os fatores macroeconômicos, como a variação do dólar e o aumento nos custos do transporte, impactam os preços desses itens no mercado nacional.

Gonçalves aponta, no entanto, que o cenário econômico atual, com o dólar na casa dos R$6,00, impacta diretamente os preços de artigos de limpeza, uma vez que muitos materiais-primas são cotados em dólar. “Isso afeta diretamente os custos de produção, pois as matérias-primas importadas são mais caras, o que eleva o custo final desses produtos”, explica. Além disso, o aumento no valor dos combustíveis tem encarecido os fretes, o que repassa o custo final para o consumidor.

Em dezembro, de acordo com os dados do IBGE, Goiânia registrou uma variação de -0,58% nos preços desses produtos, uma queda maior entre as 11 capitais e regiões metropolitanas monitoradas pelo IPCA-15. Essa queda no mês anterior, no entanto, não impediu a alta observada em janeiro, reforçando a ideia de que a volatilidade nos preços dos produtos de limpeza é influenciada por diversos fatores, tanto locais quanto globais.

O índice do IPCA-15 monitora os preços de artigos de limpeza em diversas cidades brasileiras, incluindo Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), São Paulo (SP), Belém (PA), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Curitiba (PR), além do Distrito Federal. A variação de preços entre essas regiões tem sido uma constante, com cada cidade apresentando uma dinâmica própria, mas com fatores semelhantes, como o impacto do preço dos combustíveis e das matérias-primas no valor final dos produtos.

Transporte logístico e alta de combustíveis explicam aumento

O economista Luiz Carlos Ongaratto, atribuiu a recente alta nos preços de produtos de limpeza aos aumentos nos custos com energia, matérias-primas importadas e o impacto do dólar sobre os preços desses materiais, além do aumento nos preços dos combustíveis. “O aumento é explicado pelos elevados custos com energia, matérias-primas importadas ou cujo preço é cotado em dólar, e o preço dos combustíveis”, explica Ongaratto.

Ele também destacou que um recente aumento na alíquota de importação de resinas teve um impacto direto nos preços do sabão e da água sanitária. “Hoje, um aumento da alíquota de importação de resinas afetou diretamente o preço desses produtos essenciais”, afirma o economista.

Ongaratto ressaltou que o aumento nos preços era esperado e já havia sido antecipado pelo setor. “Esse aumento era esperado e já havia sido anunciado pelo setor anteriormente”, explicou, referindo-se às diferenças feitas por empresas do ramo de distribuição de produtos de higiene e limpeza. Ele acredita que a pressão sobre os consumidores será ainda maior nos próximos meses, devido a esses fatores estruturais da economia.

Com relação ao consumo, a economista prevê uma retração. “É esperado uma retração no consumo desses produtos devido ao aumento de preços, que parecia evidente”, concluiu Ongaratto. Isso indica que, à medida que os preços aumentam, muitas famílias e trabalhadores terão que reduzir o consumo ou se adaptar a novas formas de aquisição desses produtos, como a compra em menores quantidades ou a busca por marcas mais baratas.

Em um contexto mais amplo, a alta nos preços dos produtos de limpeza reflete uma realidade que vai além dos números. Para muitas famílias, esses produtos são indispensáveis ​​para a manutenção da higiene e saúde no ambiente doméstico. Com os preços em alta, os consumidores se veem tentados a compensar suas prioridades e formas de consumo, seja por meio da adaptação de suas compras ou da busca por alternativas mais econômicas, enquanto tenta minimizar os impactos da inflação no orçamento familiar.

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