Riscos do uso sem prescrição médica de testosterona e anabolizantes para a saúde
Os derivados sintéticos de testosterona, como os anabolizantes, são utilizados sob prescrição médica em situações específicas
A utilização de terapia hormonal com testosterona e anabolizantes tem como objetivo o aumento da massa muscular e a melhoria do desempenho físico. No entanto, seu uso sem acompanhamento médico adequado e sem a devida prescrição pode trazer sérios riscos à saúde.
A reposição de testosterona é indicada para pessoas com hipogonadismo, uma condição em que ocorre a produção insuficiente do hormônio, diagnosticada com base em sintomas clínicos como baixa libido, disfunção erétil e fadiga, além de exames laboratoriais que confirmem a deficiência de testosterona.
Os derivados sintéticos de testosterona, como os anabolizantes, são utilizados sob prescrição médica em situações específicas, como o aumento de massa muscular em pacientes com condições de saúde que requerem tratamento. Entretanto, seu uso indiscriminado, sem orientação médica, é comum entre pessoas que buscam ativamente o aumento da musculatura, mas pode ser altamente prejudicial à saúde. Quando administrados de forma inadequada, em doses altas ou ciclos curtos, esses compostos podem sobrecarregar o organismo e gerar sérios efeitos adversos.
Entre os problemas decorrentes do uso impróprio estão doenças cardiovasculares, como hipertrofia cardíaca, hipertensão e infarto, além de complicações nas artérias, trombose e alterações no sistema de coagulação sanguínea. Outras consequências incluem danos nos rins, como hepatite medicamentosa e insuficiência hepática, distúrbios de pele (como acne e queda de cabelo), retenção de líquidos e transtornos mentais, como depressão e dependência. A utilização excessiva também pode afetar a função sexual, provocando disfunção erétil e diminuição da libido.
No caso das mulheres, o uso de anabolizantes pode levar ao surgimento de características masculinas, como o aumento de pelos faciais e corporais, engrossamento da voz, diminuição dos seios e irregularidade no ciclo menstrual. Em adolescentes, os efeitos podem ser ainda mais graves, prejudicando o crescimento ósseo e levando a uma puberdade precoce.
Além dos riscos à saúde, o uso de substâncias falsificadas também é uma preocupação crescente. Em 2024, a Anvisa proibiu a comercialização de medicamentos falsificados como o Deca-Durabolin e o Durateston, após a descoberta de que versões adulteradas desses produtos estavam circulando no mercado brasileiro. O uso inadequado desses medicamentos pode causar sérios danos, como sobrecarga do fígado e rins, aumento do risco de câncer e queda de cabelo, entre outros problemas.