Governo encerra 2024 com déficit de R$ 43 bilhões, acima do limite da meta fiscal
Apesar do déficit de R$ 43 bilhões em 2024, governo cumpriu a meta fiscal, com saldo negativo menor que em 2023
As contas do governo federal registraram um déficit primário de R$ 43 bilhões em 2024, equivalente a 0,36% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira (30). Apesar do resultado negativo, a meta fiscal foi formalmente cumprida.
Em comparação a 2023, quando o déficit alcançou R$ 228,5 bilhões (2,1% do PIB), houve uma redução de 81% no saldo negativo. Este é o melhor desempenho das contas públicas desde 2022, ano em que foi registrado um superávit de R$ 54 bilhões.
A meta fiscal para 2024 previa um déficit zero, com uma margem de tolerância de até 0,25% do PIB, equivalente a R$ 28,8 bilhões. O resultado oficial ultrapassou essa margem; contudo, ao excluir despesas extraordinárias, como os gastos emergenciais para reconstrução do Rio Grande do Sul após enchentes e incêndios no Pantanal e na Amazônia, o déficit primário ajustado foi de R$ 11 bilhões, correspondendo a 0,09% do PIB.
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, destacou que o déficit de 2024 é substancialmente menor que as projeções iniciais do mercado. Ele afirmou que, no acumulado em 12 meses, atualizado pela inflação, o déficit é de R$ 44 bilhões, o segundo melhor da última década.
A redução do déficit é atribuída ao aumento da arrecadação, que atingiu R$ 2,65 trilhões em 2024, representando uma alta real de 9,6%, enquanto as despesas totais somaram R$ 2,2 trilhões, uma queda real de 0,7%.
Apesar do cumprimento da meta fiscal, especialistas alertam para desafios futuros, como o aumento das despesas obrigatórias e a necessidade de medidas adicionais para manter a trajetória de consolidação fiscal nos próximos anos.