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quinta-feira, 30 de janeiro de 2025
Exame toxicológico

Quase 40% dos motoristas profissionais de Goiás estão com exame toxicológico vencido

Quase 40% dos motoristas de categorias C, D e E em Goiás estão com o exame toxicológico vencido. PRF alerta para aumento no uso de drogas ao volante, colocando vidas em risco

Postado em 30 de janeiro de 2025 por Herbert Alencar
exame toxicológico vencido
Foto O HOJE

A Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) revelou que aproximadamente 68 mil motoristas profissionais em Goiás estão com o exame toxicológico vencido, representando quase 40% dos condutores habilitados nas categorias C, D e E no estado. O exame é obrigatório a cada dois anos e seis meses para motoristas dessas categorias.

A situação é preocupante, especialmente diante do aumento de casos de motoristas flagrados dirigindo sob efeito de substâncias como ecstasy, cocaína e anfetaminas, conhecidas popularmente como “rebite”. De acordo com o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Goiás, Newton Morais, é comum encontrar motoristas que não respeitam a lei de descanso, que determina um repouso mínimo de 11 horas por dia. Além disso, a apreensão de substâncias proibidas tem sido frequente.

Em dezembro de 2024, a Operação Ephedra, uma ação conjunta entre o Ministério Público de Goiás (MPGO) e a PRF, desarticulou uma organização criminosa responsável pela produção e comercialização de anfetaminas. A operação resultou na apreensão de mais de 547 mil comprimidos de anfetaminas e na prisão de 28 pessoas. As investigações apontaram que cerca de 90% das apreensões de anfetaminas em rodovias federais ocorreram em Goiás.

O uso de anfetaminas por motoristas é uma prática perigosa, pois essas substâncias afetam o sistema nervoso central, inibindo o sono e reduzindo a sensação de cansaço. O farmacêutico Jairo Sotero alerta que a anfetamina pode causar dependência severa e prejudicar a percepção espacial do indivíduo, comprometendo a segurança nas estradas.

A legislação brasileira estabelece que motoristas das categorias C, D e E devem realizar o exame toxicológico a cada dois anos e seis meses. O não cumprimento dessa exigência pode resultar em multa gravíssima no valor de R$ 1.467,35 e sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Em caso de reincidência dentro de 12 meses, a multa dobra para R$ 2.934,70, além da suspensão do direito de dirigir.

O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Goiás, Vantuir José Rodrigues, defende a necessidade de revisar a lei do descanso e ampliar a obrigatoriedade do exame toxicológico. Ele argumenta que a pressão por prazos de entrega e as extensas jornadas de trabalho contribuem para o uso de substâncias estimulantes entre os motoristas.

Para regularizar a situação, os motoristas devem agendar o exame toxicológico em uma clínica ou laboratório credenciado pela Senatran. O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) orienta que os condutores podem consultar a data de validade do exame no aplicativo Carteira Digital de Trânsito (CDT) ou verificar se a data de realização do último exame é superior a dois anos e seis meses. O resultado do exame é lançado pela própria clínica no sistema nacional.

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