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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025
Mais caro para o bolso

Com demanda em alta, preço dos ovos sobem 50%

O aumento se deve à substituição da carne por avos na alimentação dos brasileiros

Postado em 6 de fevereiro de 2025 por Renata Ferraz
ovos
Foto: Freepik

Se você consome ovos regularmente, seja como principal fonte de proteína, ingrediente essencial para fabricação de alimentos ou até mesmo como parte da dieta diária, provavelmente já sentiu o peso do aumento expressivo no preço deste produto. 

Nos últimos dias, o valor do ovo disparou em Goiânia, afetando tanto consumidores finais quanto comerciantes que dependem dele para seus negócios. A alta chega a 50% em algumas localidades, tornando o produto mais caro e dificultando sua reposição nos estoques de atacadistas e supermercados.

O aumento dos preços está diretamente relacionado a um conjunto de fatores. O primeiro deles é o crescimento da demanda, impulsionado pelo encarecimento das carnes, que levou muitos consumidores a buscarem o ovo como alternativa mais acessível de proteína. Além disso, a proximidade da Quaresma tradicionalmente aquece o consumo, já que muitas pessoas reduzem ou eliminam a carne do cardápio nesse período. 

Outro fator relevante é o crescimento das exportações brasileiras de ovos, o que reduz a disponibilidade do produto no mercado interno. Para completar, muitas granjas optaram por descartar aves menos produtivas, diminuindo a produção e contribuindo para a menor oferta do produto. De acordo com Reinara Araújo Motobu, gerente da Komatto Distribuidora de Ovos, as granjas não estão conseguindo atender totalmente os pedidos: “Peço 70 caixas e recebo apenas 40. Toda semana o preço sobe”. Marcos Café, presidente da Associação Goiana de Avicultura (AGA), destaca que o mercado está superaquecido e as granjas enfrentam dificuldades para acompanhar a demanda crescente.

O cenário de Goiânia reflete uma tendência nacional. No Brasil, o preço dos ovos subiu 10,6% apenas em janeiro de 2025, comparado ao mês anterior, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP. Esse aumento se deve à substituição da carne por ovos na alimentação dos brasileiros, diante do alto custo das proteínas de origem animal. 

Em 2024, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) registrou um consumo recorde de 263 ovos por pessoa, número 21 unidades maior que o registrado no ano anterior. Para 2025, a expectativa é de um novo crescimento de 1%, atingindo 265 ovos per capita. A produção nacional também deve seguir essa tendência de alta, com um crescimento estimado de 3,4% em relação a 2024, chegando a 3,94 bilhões de dúzias. 

No mercado externo, as exportações de ovos devem alcançar 22 mil toneladas em 2025, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. A ausência de casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves comerciais no Brasil fortalece o status do país como um fornecedor seguro no cenário internacional.

Apesar dos desafios enfrentados pelos consumidores com os reajustes nos preços, a projeção para o setor de ovos em 2025 ainda é positiva. A produção deve crescer para atender à demanda aquecida, o que pode contribuir para uma estabilização nos valores ao longo do ano. 

No entanto, fatores como custos de insumos para a produção, cenário econômico e flutuações na exportação devem continuar influenciando o comportamento do mercado. Diante desse cenário, consumidores e comerciantes precisam monitorar os preços e buscar estratégias para lidar com o impacto da alta nos custos desse produto essencial na alimentação brasileira.

Com a projeção de crescimento da demanda, a busca por alternativas para contornar os altos preços se torna essencial. Para os consumidores, a compra direta de produtores locais ou em feiras pode ajudar a encontrar valores mais acessíveis. 

Para os comerciantes, a diversificação de fornecedores pode ser uma estratégia viável para garantir uma oferta constante e com menor impacto financeiro. Resta acompanhar a evolução do mercado e torcer para que os ajustes econômicos favoreçam tanto produtores quanto consumidores.

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