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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025
podcast mandavê

Da gestão cultural ao palco, Mario Pires conta sua história no MandaVê

DJ goiano relembra sua trajetória, os desafios da carreira independente e a influência dos grandes eventos na cena musical

Postado em 6 de fevereiro de 2025 por Luana Avelar
ndependência artística, black music e carreira: DJ Mario no podcast MandaVê. Foto: Victor Melo
ndependência artística, black music e carreira: DJ Mario no podcast MandaVê. Foto: Victor Melo

Na quarta-feira (5), o DJ Mario Pires participou do podcast MandaVê, apresentado por Juan Allaesse. Durante a conversa, o artista goiano, conhecido por seu estilo focado na black music, compartilhou sua trajetória na música, sua experiência com a independência artística e os desafios do cenário musical de Goiás. A entrevista também explorou aspectos pessoais, como sua relação com os fãs e a evolução da cena musical local. 

O percurso profissional do músico teve um começo peculiar. Originalmente um estudante de direito, ele ingressou no universo da cultura como estagiário na Secretaria de Cultura do estado. Essa vivência o aproximou do meio artístico, levando-o a se tornar gestor do Fundo Estadual de Cultura aos 22 anos. Sua ascensão foi notável: aos 23, já ministrava palestras em mais de 40 cidades. 

Após uma reestruturação governamental que impactou sua posição na Secretaria, o DJ decidiu buscar novos horizontes. Antes de deixar seu cargo, realizou uma palestra de despedida. Em seguida, passou um período sabático em Pirenópolis para ponderar sobre suas futuras escolhas, dedicando-se a atividades como escalada e ao desenvolvimento de projetos culturais, como intervenções musicais em espaços públicos. 

Embora seja uma figura proeminente no movimento da black music em Goiás e em outros estados, a história do goiano com a música começou de forma inesperada. Ele revelou que não se via como um artista no início de sua carreira e que, por muito tempo, teve dificuldades em aceitar sua própria voz. Para superar essa questão, ele procurou aulas de canto, o que se tornou necessário em seu desenvolvimento artístico. Durante o aprendizado vocal, sua professora o incentivou a não apenas aprimorar suas técnicas de canto, mas também a aceitar sua identidade vocal.  

Com o tempo, o DJ se consolidou como uma referência na cena goiana, criando o “Baile do Mário”, um evento que visava suprir a falta de espaços dedicados ao funk em Goiânia. Ele notou que sempre houve uma carência desse gênero musical na capital, o que o incentivou a criar o evento. 

“Ajudei a criar um evento que unisse o funk com outros estilos, como o Hip Hop, o Trap, o R&B e até o Sertanejo. Eu queria um baile onde todos se sentissem bem, independentemente de seu estilo musical preferido. A ideia foi fazer algo que fosse democrático, unindo a galera”, explicou o DJ. 

Atualmente, o músico também se destaca por suas composições autorais, disponíveis nas plataformas digitais. Ao longo de sua carreira, colaborou com diversos artistas e participou de feats que impulsionaram sua trajetória no cenário musical independente.  

Ele compartilhou que, ao alcançar um certo sucesso, não se preocupou em estruturar sua própria equipe, pois estava sob a gestão de um escritório consolidado. No entanto, ao se tornar independente, precisou construir uma estrutura do zero para garantir a continuidade do crescimento de sua carreira. 

A entrevista também abordou o impacto econômico de grandes eventos em cidades menores, algo que o artista observou em sua trajetória. Ele mencionou o show de Alok em Goianésia, onde a apresentação foi cancelada devido a questões logísticas, como o tamanho do aeroporto local, inadequado para o jato particular do artista. Para solucionar o problema, o prefeito precisou intervir junto às autoridades para viabilizar o evento. O DJ ressaltou que eventos de grande porte impulsionam a economia das cidades, especialmente em locais com comércio menos robusto. 

“A cidade tem 60 mil habitantes e o evento reuniu 80 mil pessoas. Além disso, todo o comércio ao redor do evento foi aquecido. Salões de beleza, por exemplo, que normalmente não funcionam no domingo, abriram para atender os visitantes. Isso é uma coisa que muita gente não percebe, mas o impacto de um grande show pode ser muito positivo para a economia local”, afirmou. 

Durante a conversa, Mario também expressou suas impressões sobre o impacto dos fãs em sua vida e carreira. O artista afirmou que ainda se surpreende com o carinho que recebe de seus seguidores e que, em algumas situações, sente gratidão por eles. Ele citou o caso de fãs que se dedicam a criar conteúdo para divulgar seu trabalho, sem esperar nada em troca. “O que mais me choca até hoje é o fã-clube. São pessoas que param o que estão fazendo na vida para criar conteúdos sobre mim, simplesmente porque gostam do meu trabalho”, disse. 

O goiano compartilhou o exemplo de uma seguidora de São Luís de Montes Belos, que o acompanha diariamente e interage com suas publicações, além de criar conteúdo para promover seu trabalho. Ele enfatizou que se sente em dívida com essas pessoas, que considera fundamentais para seu sucesso. “Eu nunca tive esse tipo de relação com um artista, então às vezes eu fico pensando: ‘Eu não fiz nada para merecer tanto carinho’. Mas eu tento sempre ser grato, responder a todos e agradecer, porque tudo o que eu faço é pouco perto do que elas fazem por mim”, concluiu. 

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