“Entre Raízes e Saberes”: documentário revela o poder curativo do cerrado
Filme aborda a trajetória de Maria Luiza, guardiã dos saberes ancestrais, e debate o futuro da fitoterapia no sistema público de saúde
![A obra convida o público a redescobrir o poder das plantas medicinais e a valorizar a sabedoria ancestral, reconhecendo seu papel na promoção da saúde.Fotos: Rafael Noleto](https://ohoje.com/wp-content/uploads/2025/02/WhatsApp-Image-2025-02-06-at-12.21.15-1024x684.jpeg)
O cerrado e suas plantas medicinais ganham destaque no documentário “Maria Luiza: Entre Raízes e Saberes”, dirigido por Vincent Glen Gielen, com estreia agendada para 11 de fevereiro, no Teatro São Joaquim, em Goiás. O filme homenageia Maria Luiza, detentora de conhecimentos tradicionais, que dedica sua vida a promover saúde e autonomia nas comunidades rurais do interior goiano através da fitoterapia. A exibição, com entrada gratuita, terá início às 20h.
A fitoterapia ascende no cenário da saúde pública nacional, apresentando-se como alternativa acessível e sustentável para diversas doenças. No SUS, iniciativas como a Relação Nacional de Plantas Medicinais (RENISUS) e a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), em vigor desde 2006, incentivam o uso dessas terapias, resgatando saberes seculares e promovendo a independência das comunidades.
“Entre Raízes e Saberes” realça a relevância das práticas ancestrais e da participação comunitária na produção de fitoterápicos, suscitando um debate fundamental: como o Brasil pode fortalecer a medicina natural dentro do sistema público de saúde, garantindo tratamentos eficazes e acessíveis?
A obra revela a ligação entre a protagonista, Maria Luiza, e a natureza do cerrado, enfatizando sua história pessoal, construída com saberes transmitidos familiarmente. O filme acompanha o dia a dia de Maria Luiza, que oferece oficinas e capacitações, ensinando a produção de medicamentos fitoterápicos, evidenciando momentos e práticas que transformam vidas.
Adicionalmente, o documentário aborda a valorização das práticas tradicionais, promovendo um diálogo sobre a atuação do sistema de saúde e suas possibilidades de integração com os saberes ancestrais, incentivando a reflexão sobre a importância de preservar esse conhecimento.
Maria Luiza, natural de Gongomé, região rural de Itaberaí (GO), dedica-se há mais de 35 anos à disseminação de saberes e da medicina natural, focando nas comunidades rurais do município de Goiás. Atua na Casa do Agricultor e na Pastoral da Saúde, oferecendo produtos fitoterápicos acessíveis. Sua contribuição foi reconhecida no 23º Festival Internacional de Cinema Ambiental (FICA), onde foi homenageada.