Quem deve a quem? Países ricos ignoram dívida climática enquanto cobram bilhões dos mais pobres
Relatório revela que nações africanas gastam mais com pagamento da dívida externa do que com saúde e educação, enquanto países ricos devem US$ 107 trilhões em compensações climáticas
![Foto: Guy Peterson/AFP](https://ohoje.com/wp-content/uploads/2025/02/ol-1024x768.webp)
A mais pesquisa da ActionAid escancara uma contradição na economia global: enquanto países de baixa renda direcionam grande parte de seus orçamentos para pagar dívidas externas, os países ricos acumulam uma dívida climática gigantesca, nunca quitada. O relatório “Quem deve a quem?” revela que mais de 75% das nações de baixa renda gastam mais com o serviço da dívida do que com seus sistemas de saúde, e mais da metade dessas nações investe mais no pagamento de credores do que na educação.
Por outro lado, os países ricos devem um total de US$ 107 trilhões em dívida climática aos países em desenvolvimento, um montante 70 vezes maior do que a dívida externa total de US$ 1,45 trilhão que essas nações precisam pagar. Na África, a desigualdade é ainda mais evidente: a compensação financeira que deveria ser recebida supera em 50 vezes o valor da dívida que os países africanos são obrigados a quitar. Segundo o relatório, essa situação impede investimentos em saúde, educação e ações para enfrentar a crise climática.
A injustiça é agravada pelo sistema financeiro internacional, que impõe taxas de juros exorbitantes às nações africanas. Enquanto a média de juros sobre empréstimos na África atinge 9,8%, países ricos como a Alemanha pagam apenas 0,8%. A União Africana anunciou que 2025 será o “Ano das Reparações”, um marco para discutir a necessidade de cancelamento da dívida externa e de um novo modelo financeiro global mais justo.
Para especialistas da ActionAid, o problema não se resume ao endividamento das nações mais pobres, mas à continuidade de um sistema financeiro colonialista. Andrew Mamedu, diretor-executivo da ActionAid Nigéria, defende uma “ruptura total” com esse modelo e propõe uma Convenção-Quadro da ONU sobre Dívida, que substituiria a atual estrutura centrada no Fundo Monetário Internacional (FMI). Sem essa mudança, afirmam os pesquisadores, os países africanos continuarão sendo sufocados financeiramente enquanto os países ricos seguem sem arcar com suas responsabilidades históricas.
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