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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025
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entenda o caso

Bebê morre após ficar sozinho com os irmãos; entenda o caso

Miguel Tyler Pereira Gualberto, de 1 ano, morreu afogado na piscina de casa após seu pai ser preso por engano, deixando-o sozinho com os irmãos de 3 e 6 anos

Postado em 18 de fevereiro de 2025 por Micael Silva
Bebê morre após ficar sozinho com os irmãos; entenda o caso Foto: Divulgação
Bebê morre após ficar sozinho com os irmãos; entenda o caso Foto: Divulgação

O pequeno Miguel Tyler Pereira Gualberto, de 1 ano, morreu afogado na piscina de casa após seu pai ser preso por engano, deixando-o sozinho com os irmãos de 3 e 6 anos. Na ocasião, Jonas Pereira Gualberto, que cuidava das crianças, foi levado à delegacia pela Polícia Militar. Abaixo, veja o caso detalhado ponto a ponto.

Prisão por engano

Em 2020, Jonas Pereira Gualberto estava em casa cuidando dos três filhos pequenos quando foi preso pela Polícia Militar sob suspeita de roubo. No momento da prisão, sua esposa estava no supermercado.

Segundo Jonas, ele saiu para pegar uma vassoura quando foi abordado pelos policiais, algemado e levado para a delegacia. Mais tarde, a testemunha do crime não o reconheceu, e ele foi liberado. No caminho de volta para casa, soube da tragédia com seu filho.

A morte de Miguel

Enquanto Jonas estava detido, seus três filhos permaneceram sozinhos na residência. Durante esse período, Miguel acabou caindo na piscina e se afogou. Apesar de ser levado ao hospital, ele não resistiu e faleceu em 3 de julho de 2020.

Piscina onde Miguel Tayler Pereira Gualberto morreu, em Planaltina, Goiás  Foto: Reprodução
Piscina onde Miguel Tayler Pereira Gualberto morreu, em Planaltina, Goiás Foto: Reprodução

A mãe de Miguel, Raifra da Silva, contou que ao chegar em casa encontrou o filho na água e tentou salvá-lo desesperadamente. “Parece que o chão desabou. O mundo para mim acabou. Agora só quero que isso não fique impune”, disse na época.

O assassinato

Investigações da Polícia Civil concluíram que a morte de Miguel não foi um acidente, mas um crime. O suspeito é um primo da vítima, um jovem de 26 anos, que teria provocado o afogamento da criança em vingança contra o pai do menino.

A polícia apurou que o suspeito foi até a casa da família para buscar uma moto a pedido de parentes, após a prisão de Jonas. No local, ele ficou sozinho com as crianças e saiu antes de o bebê ser encontrado na piscina.

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O delegado Humberto Soares explicou que o jovem foi o último adulto a ver a criança com vida e que ele poderia ter jogado Miguel na água ou o colocado em situação de risco sem evitar o pior. “Esse bebê tinha dificuldades motoras e não conseguiria chegar sozinho à piscina, subir os degraus e pular na água”, afirmou.

Apesar do pedido de prisão preventiva, o suspeito respondeu ao processo em liberdade.

Indenização de R$ 500 mil

Em outubro de 2024, a Justiça de Goiás determinou que o Governo do Estado indenize a família de Miguel em R$ 500 mil. A decisão veio a público apenas em fevereiro deste ano. O estado recorreu, mas a sentença foi mantida.

O tribunal entendeu que a morte do bebê foi uma consequência da “ação ou omissão do agente público”.

A Polícia Militar alegou que uma investigação interna concluiu que os policiais envolvidos na prisão de Jonas não tiveram responsabilidade direta sobre o ocorrido.

Para Jonas Gualberto, a indenização é um reconhecimento do erro que levou à morte de seu filho. “Nada vai trazer ele de volta, mas pelo menos poderemos dar uma vida melhor para os irmãos dele”, afirmou.

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