O governo encabeçado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não vive seus melhores dias. Os impactos econômicos dos últimos meses associados a uma vertiginosa queda nos índices de aceitação levam gregos e troianos a apostar em uma reforma da equipe ministerial em um futuro não muito distante. 

Nesse contexto de possíveis trocas, o discurso de Lula, realizado no ato de comemoração dos 45 anos do PT, no Rio de Janeiro, chamou a atenção. Ele não mediu esforços para elogiar largamente a atuação de sua colega de partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann. 

No encontro, Lula atribuiu à parlamentar a preservação da unidade da legenda. “Quando a Gleisi foi disputar a eleição do PT, muita gente não queria votar nela porque era ‘estreita’. Diziam: ‘Ela é muito estreita, só fala para a bolha, não fala para ninguém’. Eu dizia: ‘Mas nós estamos precisando de alguém que fale para o PT’. O bom presidente do PT não é aquele que fala para fora, é o que fala para dentro”, introduziu o petista.

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Em outro trecho do discurso, Lula disparou: “Graças a Deus, o partido compreendeu a necessidade de te eleger porque, se não fosse você, não sei se a gente teria um homem capaz de aguentar a barra que você aguentou defendendo o PT. Você é motivo de orgulho para mim”, acrescentou. Com isso, o comentário pós-cerimônia é de que o presidente vê em Gleisi uma espécie de ‘carta na manga’ para os próximos dias.