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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
Saúde

Suplemento de colágeno funciona? Ciência ainda tem dúvidas

A suplementação de colágeno pode ser benéfica em situações específicas, como após procedimentos dermatológicos, como peelings, lasers ou microagulhamento

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 26 de fevereiro de 2025
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Suplemento de colágeno funciona? Ciência ainda tem dúvidas. | Foto: Reprodução/istock

O colágeno em cápsulas, em pó e até em forma de balinhas pode ser facilmente encontrado em lojas online e de produtos naturais no Brasil. Embora seja um suplemento amplamente utilizado, ainda faltam evidências científicas robustas que comprovem o principal benefício prometido por esses produtos: melhorar a aparência da pele, proporcionando maior firmeza e diminuindo rugas e marcas de expressão. 

O colágeno é uma proteína essencial encontrada no corpo humano, que confere resistência e elasticidade a vários tecidos, como a pele, os ossos e as cartilagens. Com o avanço da idade, a produção dessa proteína diminui, o que resulta no surgimento de rugas, flacidez e outros sinais de envelhecimento em uma pele que antes era mais firme e lisa. Em resposta a essa redução na produção, surgem os suplementos orais, que alegam estimular a produção de colágeno.

A dúvida sobre a eficácia da reposição oral de colágeno é uma questão comum nos consultórios. Muitos profissionais sugerem que uma dieta equilibrada, rica em aminoácidos, pode ser uma solução mais eficaz. A ciência sobre a efetividade desses suplementos ainda é limitada, com poucos estudos demonstrando, através de ultrassonografia, uma leve melhora na espessura da pele em mulheres que utilizaram esses produtos. No entanto, é importante destacar que muitos desses estudos são conduzidos pela própria indústria e envolvem amostras pequenas, o que dificulta a validação dos resultados.

O colágeno é encontrado em diferentes tipos, sendo os mais conhecidos os tipos 1, 2, 3 e 4. O tipo 1 é o mais abundante na pele, ossos, tendões e dentes, sendo responsável por conferir resistência e elasticidade à pele. Já o tipo 2 está presente nas cartilagens e desempenha um papel importante na saúde das articulações. O tipo 3 é encontrado em tecidos reticulares e apoia órgãos internos, como fígado e baço, além de atuar na elasticidade dos vasos sanguíneos. O tipo 4 compõe a membrana basal, ajudando na estruturação dos tecidos e no controle da passagem de substâncias. 

O Verisol, um tipo de colágeno 1, é o mais comercializado e é composto por peptídeos bioativos, fragmentos menores de colágeno que, em teoria, são mais facilmente absorvidos pelo organismo. No entanto, é importante observar que todos os tipos de colágeno disponíveis no mercado são de origem animal, sendo extraídos de tecidos conectivos de bovinos, suínos, peixes ou aves, o que torna esses suplementos inadequados para veganos.

A suplementação de colágeno pode ser benéfica em situações específicas, como após procedimentos dermatológicos, como peelings, lasers ou microagulhamento, que promovem a destruição controlada das células e estimulam a produção de colágeno novo. Nesses casos, a suplementação pode teoricamente acelerar o processo de “neocolagênese”, ou seja, a formação de novas fibras de colágeno durante a recuperação da pele. Para potencializar esse efeito, muitos profissionais sugerem iniciar a suplementação pelo menos um mês antes do procedimento.

Além disso, a suplementação pode ser útil em casos de lesões ortopédicas, especialmente em articulações, ajudando na reparação dos tecidos fibrosos. No entanto, os estudos que investigam a eficácia do colágeno nesses casos ainda são limitados.

Apesar de existirem algumas indicações para a suplementação de colágeno, é importante destacar que as melhores abordagens para cuidar da pele são preventivas. Manter hábitos saudáveis ao longo da vida, especialmente antes dos 50 anos, é fundamental para preservar a saúde da pele. Além de proteger-se do sol, evitar o tabagismo, adotar uma alimentação balanceada e garantir boa hidratação, também é essencial ter uma rotina de sono adequada. 

Para aqueles que já apresentam sinais de envelhecimento, como linhas finas e manchas, produtos com ácidos podem ser incluídos na rotina de cuidados com a pele, sempre com avaliação individualizada. Além disso, procedimentos não injetáveis, como o microagulhamento, realizados de forma preventiva, podem ser uma alternativa eficaz para manter a aparência natural da pele.

Alimentos que ajudam na produção natural de colágeno 

Para estimular a produção de colágeno, é fundamental consumir alimentos que contenham vitaminas e nutrientes específicos, como as vitaminas A, C, E e B7, além de aminoácidos essenciais como glicina, prolina, lisina, arginina e treonina. Frutas como laranja, caju, goiaba, acerola e manga são ricas em vitamina C, um antioxidante essencial para a síntese de colágeno. A vitamina C desempenha um papel crucial na formação e estabilização das fibras de colágeno, e ao consumir essas frutas regularmente, é possível ajudar a manter a pele firme e saudável.

Alimentos como cenoura e abóbora, ricos em vitamina A, também são importantes para a saúde da pele. A vitamina A estimula a produção de novas células e a regeneração celular, ambos fundamentais para a síntese de colágeno. Esses alimentos contribuem para preservar a estrutura e a resistência da pele, evitando a degradação do colágeno.

A vitamina E, encontrada em alimentos como azeite de oliva, amêndoas e avelãs, é outro antioxidante essencial que protege a pele contra os danos causados pelos radicais livres. Ela combate o envelhecimento celular e preserva as fibras de colágeno, ajudando a manter a pele jovem e hidratada. Essa vitamina protege as células da pele, o que é vital para manter sua firmeza e elasticidade.

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O consumo de partes específicas de animais, como o pé de galinha, também pode ajudar a manter os níveis de colágeno. | Foto: Reprodução| Istock

O consumo de partes específicas de animais, como o pé de galinha, também pode ajudar a manter os níveis de colágeno. Carnes como frango e outras partes ricas em tecido conjuntivo são fontes diretas dessa proteína e, ao serem consumidas, contribuem para a renovação do colágeno no corpo. O consumo de carne vermelha e frango também fornece os aminoácidos necessários para a síntese de colágeno.

Alimentos como lentilha, ervilha e aveia, que são ricos em aminoácidos essenciais, também desempenham um papel importante na produção de colágeno. Esses alimentos fornecem nutrientes que o corpo utiliza para produzir colágeno de forma mais eficiente, sendo benéficos para a saúde da pele e das articulações quando incorporados à dieta diária.

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