Dona de berçário que esqueceu criança em carro tem prisão convertida em domiciliar
Flaviane deve permanecer em casa integralmente, podendo sair apenas para compromissos judiciais, e precisa manter seu endereço atualizado
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Flaviane Lima, proprietária de um berçário em Nerópolis, responsável por deixar o menino Salomão Rodrigues Faustino, de 2 anos, esquecido dentro de um carro por quatro horas, resultando em sua morte, teve a prisão preventiva convertida em domiciliar pela Justiça e já está em casa.
A defesa de Flaviane entrou com um pedido de habeas corpus, que foi negado inicialmente. No entanto, após um novo pedido, a juíza Sandra Regina Teixeira Campos reconsiderou a decisão e concedeu a prisão domiciliar, levando em consideração que Flaviane é mãe de dois filhos menores, um deles em fase de amamentação. A decisão segue orientações do Supremo Tribunal Federal (STF).
Como parte das medidas cautelares, Flaviane deve permanecer em casa integralmente, podendo sair apenas para compromissos judiciais, e precisa manter seu endereço atualizado.
O caso
Salomão morreu no dia 18 de fevereiro após ser esquecido no banco de trás do carro, preso à cadeirinha, enquanto Flaviane trabalhava na creche. Naquele dia, a temperatura em Nerópolis chegou a 33,5 ºC, o que aumentou o risco de desidratação e insolação para a criança. Flaviane só percebeu o erro ao ir embora do trabalho devido a uma dor de cabeça.
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Ao encontrar o menino desacordado, ela chamou o Corpo de Bombeiros, mas Salomão não resistiu.
O delegado responsável pelo caso, André Fernandes, aguarda a finalização do inquérito e o resultado do exame cadavérico, que determinará a causa oficial da morte. A defesa de Flaviane alega que não houve intenção ou negligência deliberada e que ela tentou reanimar a criança após perceber o erro.
Reação da família
A família de Salomão está em choque e busca respostas. A mãe, Giselle Faustino, desabafou nas redes sociais, expressando dor e desespero pela perda do filho, que considerava um “milagre” após sofrer abortos anteriores. A tia de Salomão criticou a falta de vigilância na creche, questionando por que ninguém sentiu falta da criança durante as quatro horas em que ele ficou no carro.
O caso continua sob investigação.