Estudante da PUC é denunciado após publicar mensagens racistas, homofóbicas e xenofóbicas
O jovem em suas publicações, associou crimes a pessoas negras, escrevendo: “quanto mais os pretos ganham espaço na sociedade, mais assédios e assaltos continuarão a ocorrer. Malditos, malditos sejam esses vermes e suas ideias”
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Um estudante da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), em Goiânia, está sob investigação após divulgar uma série de mensagens e insinuações racistas, homofóbicas e xenofóbicas, com conotação nazista.
Amanda Moura, ex-colega de turma do acusado, relatou que o estudante frequentemente fazia “piadas” nazistas e racistas em sala de aula. “Ele levantava a mão fazendo a saudação nazista durante a chamada e defendia suas atitudes dizendo que as pessoas o levavam ‘muito a sério’”, contou. Além disso, o jovem teria ofendido colegas, mandando alguns para a “senzala” e direcionando ataques a um aluno autista, gerando desconforto no ambiente acadêmico.
Em publicações no X (antigo Twitter), o jovem expressou discursos de ódio contra negros, pardos e judeus. Em uma das postagens, ele afirmou: “odeio pretos e pardos” e que “estes malditos nunca deviam ter ganhado direitos na nossa sociedade”.
Em outra publicação, ele associou crimes a pessoas negras, escrevendo: “quanto mais os pretos ganham espaço na sociedade, mais assédios e assaltos continuarão a ocorrer. Malditos, malditos sejam esses vermes e suas ideias”.
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As ofensas se intensificaram, chegando a incluir declarações antissemitas. Em uma das postagens, ele se declarou “superior” aos judeus, afirmando: “Nós, brancos, não somos nem nunca seremos iguais a negros ou judeus. Eles são raças inferiores e sabem disso, por isso sempre procuram miscigenar com uma pessoa branca”.
Legislação e consequências
O Dr. Carlos André, Conselheiro Seccional da OAB-GO, destacou a gravidade do caso e a legislação brasileira. “É lamentável ver um estudante de direito, área que prega a igualdade e o respeito ao próximo, agir dessa forma”, afirmou. Ele explicou que a Lei 7.716/89, conhecida como Lei do Racismo, prevê penas de dois a cinco anos de reclusão e multa para crimes de preconceito racial, sendo estes inafiançáveis e imprescritíveis.
As declarações do estudante geraram medo entre os alunos, muitos dos quais passaram a faltar às aulas por temerem encontrá-lo. Centros acadêmicos e atléticas da PUC-GO repudiaram as atitudes do jovem, e o caso chegou à direção da universidade e à União Estadual dos Estudantes (UEE).
A UEE formalizou uma denúncia na Polícia Civil, que agora investiga o caso. As autoridades terão a responsabilidade de apurar os fatos e garantir a aplicação da lei, reforçando a importância de combater discursos de ódio e promover um ambiente acadêmico seguro e inclusivo.