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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
Escola

Indisciplina nas escolas é reflexo do distanciamento familiar na educação

Diretora aponta que o Conselho Tutelar é frequentemente acionado para intervir em casos de negligência familiar e descaso com a educação dos filhos

Postado em 28 de fevereiro de 2025 por Eduarda Leão
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| Foto: Seduc

A ausência de envolvimento dos pais na vida acadêmica dos filhos tem se tornado um problema recorrente nas escolas da rede pública, impactando diretamente a presença escolar e o desempenho dos estudantes. Muitos alunos enfrentam dificuldades em manter uma rotina de estudos, pois não encontram em casa o suporte necessário para compreender a importância da educação. O reflexo disso é um número crescente de faltas, desmotivação e, em alguns casos, até mesmo a evasão escolar.

A diretora de uma escola municipal no interior de Goiás, Joanida Correia, destaca a falta de participação familiar como um dos principais desafios enfrentados pelas instituições de ensino. “Ultimamente, os pais não têm participado da vida escolar de seus filhos, sendo um dos principais fatores que contribuem para a baixa taxa de frequência escolar. Essa falta de apoio e de participação ativa dos pais ou responsáveis é mais enfatizada em famílias em estado de vulnerabilidade, porém não é uma regra, fazendo com que os alunos percam ou tenham pouco interesse pela vida escolar”, aponta.

Esse distanciamento dos familiares não apenas afeta a assiduidade dos estudantes, mas também influencia no seu comportamento dentro da escola. Muitos alunos que apresentam altos índices de faltas também demonstram dificuldades disciplinares, tornando o ambiente escolar mais desafiador para professores e gestores. Segundo a diretora, no município goiano onde atua, o Conselho Tutelar é frequentemente acionado para intervir em casos de negligência familiar e descaso com a educação dos filhos. “É muita indisciplina”, desabafa.

Além disso, questões socioeconômicas desempenham um papel significativo. Muitas famílias enfrentam dificuldades financeiras, levando os jovens a priorizarem o trabalho ao invés da educação. “Nem todas as famílias valorizam a educação, alguns pais ainda acreditam que o importante é trabalhar e que a conclusão do ensino médio não faz diferença quando está no mercado de trabalho”, aponta a psicopedagoga Patrícia Mariz.

Além disso, a especialista explica que a participação ativa dos pais no contexto estudantil está diretamente ligada ao desenvolvimento educacional da criança e do adolescente. “O primeiro movimento para que a criança chegue até a escola parte da família e se a família não está interessada, a educação não avança.” finaliza a psicopedagoga.

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