O Carnaval, uma das celebrações mais esperadas do ano no Brasil, é amplamente reconhecido por sua energia vibrante, cores intensas e alegria contagiante. Contudo, também é um período que demanda cuidados específicos, especialmente no que se refere à segurança e bem-estar das crianças. Embora seja uma excelente oportunidade para familiarizar os pequenos com o espírito da festa, é crucial garantir que a diversão ocorra de maneira segura e saudável.

O cenário carnavalesco costuma ser repleto de grandes aglomerações, sons altos, fantasias brilhantes e ruas extremamente movimentadas, o que pode gerar desconforto e até confusão para as crianças. A principal preocupação dos especialistas está no risco de perda dos pequenos em meio à multidão. Para minimizar esse tipo de situação, algumas cidades têm implementado medidas preventivas.

É fundamental que os pais mantenham vigilância constante sobre seus filhos e, sempre que possível, utilizem pulseiras de identificação contendo o nome da criança e o telefone de contato dos responsáveis. Além disso, estabelecer pontos de encontro previamente, caso a família se separe, é uma outra ação importante.

Se uma criança desaparecer, os responsáveis devem se dirigir imediatamente à delegacia mais próxima para registrar um boletim de ocorrência, sem precisar esperar as 24 horas habituais. De acordo com a Lei Federal da Busca Imediata, a investigação do desaparecimento de crianças e adolescentes deve ser iniciada imediatamente após a notificação.

Saúde

Manter a caderneta de vacinação atualizada conforme a idade é fundamental antes, durante e depois do Carnaval. Esse cuidado garante que a saúde da criança e de toda a sociedade esteja mais protegida, especialmente com o reforço da vacinação contra a covid-19, gripe e dengue, que estão disponíveis no SUS. Além disso, durante a intensa programação de festas, é crucial prestar atenção à alimentação balanceada e à hidratação constante, pois o calor e as altas temperaturas podem ser desgastantes para o corpo.

Cuidados com crianças com TEA

Durante o Carnaval, é fundamental ter atenção especial aos cuidados e orientações para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que precisam de suporte extra para que também possam aproveitar a festa de forma inclusiva e divertida. O excesso de estímulos sensoriais, como o som alto, as cores intensas e as multidões, pode desorientar as crianças e transformar a celebração em uma experiência desconfortável.

É importante lembrar que cada pessoa é única, e o autismo é um espectro, o que significa que as necessidades e recomendações podem variar de criança para criança. Os responsáveis devem estar atentos a sinais de cansaço ou sobrecarga sensorial e garantir pausas quando necessário.

A preparação para o Carnaval deve começar dias antes, em casa, para evitar mudanças abruptas na rotina e a falta de previsibilidade. Explicar o evento com antecedência e mostrar imagens ou vídeos sobre o que será vivido pode ajudar a reduzir a ansiedade.

A escolha do local e do bloco também deve ser cuidadosa para garantir o conforto e a diversão. É recomendável procurar eventos que respeitem o ritmo das crianças, com menos barulho e aglomeração. Alguns blocos já oferecem horários e espaços adaptados para crianças com TEA, o que pode ser uma excelente opção. Além disso, os pais devem sempre planejar saídas estratégicas, garantindo um caminho de retirada caso a criança se sinta sobrecarregada, assegurando uma experiência positiva para todos.

Fantasias

As fantasias, que são uma parte fundamental do Carnaval, devem ser tanto confortáveis quanto seguras. Muitas vezes, as roupas de festa possuem adereços ou tecidos que podem causar desconforto ou até acidentes, como fantasias apertadas ou com peças pequenas que representam risco de engasgo. Ao escolher a fantasia, é importante garantir que ela seja adequada à idade da criança, evitando riscos como engasgamento, queimaduras ou quedas.

Para que a criança possa correr, pular e brincar com segurança, o calçado também precisa de atenção. Sandálias devem ser firmes e bem ajustadas aos pés, enquanto tênis devem ter os cadarços bem amarrados para prevenir quedas.

Para crianças com TEA, antes de sair de casa, é crucial garantir que a fantasia seja confortável. A comunicação com a criança é essencial nesse processo. Os pais podem optar por roupas leves e sem tecidos que causem irritação. Caso a criança não se sinta à vontade com a fantasia, camisetas ou acessórios simples podem ser uma boa alternativa. Além disso, se a criança for sensível ao som, o uso de protetores auriculares pode ser uma excelente forma de tornar o ambiente mais confortável e agradável.

Exaustão

O Carnaval é uma festa cheia de energia e animação, mas o excesso de estímulos pode ser prejudicial, principalmente para as crianças. O cansaço, combinado com a sobrecarga sensorial, pode deixar os pequenos irritados e mais suscetíveis a acidentes. Por isso, é importante que os pais fiquem atentos aos sinais de exaustão e proporcionem pausas para descanso e alimentação. No calor intenso, a hidratação é ainda mais fundamental, então lembre-se de levar uma garrafinha de água e oferecer à criança diversas vezes ao longo do dia, pois, com toda a empolgação, elas podem acabar esquecendo de beber.

Uma lancheira com frutas, castanhas e biscoitos integrais é uma opção leve e saudável, ideal para o clima quente dessa época. Preparando o próprio lanche, os pais garantem que as crianças tenham energia suficiente, sem depender dos alimentos vendidos nos locais da festa. Além disso, escolher horários menos movimentados e evitar o pico de multidões pode ser uma boa estratégia para equilibrar diversão e descanso, garantindo que todos aproveitem o evento de forma segura e confortável.

Protetor solar

Nos blocos de rua e eventos ao ar livre, a exposição ao sol representa um risco, especialmente para as crianças, cuja pele é mais sensível. Para prevenir queimaduras solares, é essencial aplicar protetor solar com alto fator de proteção, reaplicá-lo com frequência, além de garantir o uso de roupas leves e chapéus.

Autorização

Crianças e adolescentes não podem participar de festas ou desfiles sem a autorização dos responsáveis e da Justiça. Por esse motivo, cada Estado estabelece decretos com normas que determinam horários, idades, locais e autorizações para menores de 18 anos. Em eventos como desfiles de escolas de samba, por exemplo, são exigidos alvarás específicos que autorizam a presença de crianças e adolescentes.