Morre Roy Ayers, ícone do jazz-funk e do neo-soul, aos 84 anos
Vibrafonista revolucionou a fusão entre jazz, funk e soul, deixando clássicos que seguem influenciando a música mundial
O mundo da música perdeu um de seus grandes inovadores. Roy Ayers, vibrafonista e compositor fundamental para a fusão entre jazz, funk e soul, morreu na última terça-feira (4), aos 84 anos. A notícia foi confirmada por familiares em uma publicação nas redes sociais do artista, sem revelar a causa do falecimento. Ayers, que influenciou gerações com seu estilo inconfundível, sofria de problemas de saúde nos últimos anos.
Considerado um dos precursores do movimento neo-soul, Ayers cresceu cercado pela música, influenciado por sua mãe, Ruby, pianista e professora, e seu pai, trombonista. Nos anos 1960, estudou teoria musical avançada no Los Angeles City College e lançou seu primeiro álbum, West Coast Vibes (1963). Desde então, construiu uma carreira prolífica com cerca de 50 discos, transitando entre jazz, R&B, disco e funk, sempre marcado por grooves envolventes e harmonias sofisticadas.
Entre seus maiores sucessos, destacam-se Everybody Loves the Sunshine, Get on Up, Get on Down e Don’t Stop the Feeling, músicas que atravessaram gerações e continuam a ser sampleadas e reinterpretadas por artistas contemporâneos do hip-hop e da música eletrônica.
O cantor e compositor Ed Motta lamentou a morte do amigo e ídolo, recordando momentos em que dividiram o palco. “Musicalmente, era sempre uma surpresa maravilhosa. Preciso digitalizar nossa apresentação no Central Park em 1997, foi dos eventos mais emocionantes que tive a sorte de participar”, escreveu. Motta destacou ainda o talento de Ayers como compositor e vibrafonista, comparando sua estrutura musical à arte geométrica de Mondrian.