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segunda-feira, 10 de março de 2025
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Saúde

Atividade física como aliada na prevenção de demência e alzheimer

OMS orienta a prática de pelo menos 150 minutos de exercício por semana

Postado em 10 de março de 2025 por Renata Ferraz
Física
Foto: Divulgação/Seel-Go

O mundo está sendo marcado por estudos sobre a importância da atividade física para a saúde. Temos respostas claras sobre seus benefícios para diversas doenças, sejam elas físicas, emocionais ou mentais. Entre essas pesquisas, destaca-se o impacto da atividade física na prevenção e até mesmo no tratamento da demência e da doença de Alzheimer.

Estudos indicam que a atividade física regular pode estar associada a níveis mais baixos de biomarcadores plasmáticos relacionados ao Alzheimer, como a proteína beta-amiloide e a proteína tau. Acredita-se que o esporte auxilia na redução da produção ou no aumento da eliminação dessas proteínas no cérebro. Como níveis elevados desses biomarcadores estão diretamente relacionados ao risco de declínio cognitivo e demência, essa relação se torna ainda mais relevante.

Para esclarecer mais sobre essa conexão, o coordenador científico do Hospital Encore e do Instituto de Neurologia de Goiânia o Prof. Dr. Giulliano Gardenghi explica que os benefícios da ginástica para o cérebro estão presentes em todas as fases da vida. Desde a infância e adolescência, eles estimulam habilidades cognitivas como atenção, memória e raciocínio, fortalecendo as conexões neurais.

Na vida adulta, ajudam a preservar a capacidade de tomada de decisões e memória, reduzindo o risco de declínio cognitivo. Já na terceira idade, além desses benefícios, promovem uma melhor qualidade de vida, ajudando na redução de sintomas de depressão, ansiedade e insônia, o que influencia diretamente no bem-estar do idoso.

Além da saúde cardiovascular, a atividade física estimula mecanismos que reduzem o risco de demência. Segundo o especialista, há um aumento na expressão de fatores neurotróficos, como o fator de crescimento neural (NGF), essencial para a sobrevivência dos neurônios. O exercício também melhora a função mitocondrial e reduz o estresse oxidativo, ambos fatores essenciais para a prevenção de doenças neurodegenerativas.

Para aqueles que já começaram a apresentar sintomas de Alzheimer ou demência, a atividade física pode ser um tratamento complementar valioso. O profissional explica que ela auxilia na modulação dos biomarcadores da doença, reduzindo os níveis de beta-amiloide e proteína tau, além de proteger o cérebro contra os danos associados à enfermidade. 

Isso é especialmente relevante para pessoas com histórico familiar da doença, pois diversos estudos indicam que a prática regular de exercícios pode retardar o declínio cognitivo e promover a saúde cerebral.

A longo prazo, o exercício estimula a neuroplasticidade, permitindo que o cérebro se adapte e se reorganize. Pesquisas mostram que atividades regulares aumentam a densidade da substância cinzenta, essencial para a memória e as funções cognitivas. 

Além disso, promovem a produção otimizada de energia e têm um efeito anti-inflamatório, fatores cruciais para manter um envelhecimento cerebral saudável. O aumento da vascularização cerebral também é um ponto importante, garantindo maior oxigenação e nutrientes às células nervosas, o que colabora diretamente para um melhor funcionamento do cérebro.

Os movimentos mais eficazes para a saúde cerebral envolvem uma combinação de atividades aeróbicas (como caminhada, corrida ou natação) e de força (como musculação ou exercícios de resistência). 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana, mas o ideal é que cada pessoa encontre atividades prazerosas e compatíveis com seu estilo de vida. Manter a constância na prática de exercícios é fundamental para que os benefícios sejam duradouros.

A história de Ivonete Macena ilustra bem esses benefícios. Aos 74 anos, ela foi diagnosticada com Alzheimer em estágio inicial. Apesar da notícia difícil, sua família buscou diferentes abordagens para ajudar no tratamento. Uma delas foi a introdução do exercício físico em sua rotina, indicado por médico, e os resultados impressionaram a todos.

“Eu sou uma mulher da roça, e meu exercício era andar, cuidar das galinhas e da casa. Agora eu comprei uma esteira e todos os dias eu ando uns 10 minutinhos. É diferente, mas eu gosto”, conta. Seus familiares notaram melhoras significativas: “Ela está esquecendo um pouco menos, e ainda está cada vez mais com disposição. Antes, os episódios de esquecimento eram maiores, até mesmo com coisas simples do dia a dia”.

O caso da idosa reforça as evidências científicas de que se exercitar pode contribuir para a manutenção da função cognitiva e retardar a progressão da doença. Pequenos hábitos diários, como caminhar, praticar esportes e se manter ativo, fazem toda a diferença para a saúde do cérebro e qualidade de vida na terceira idade. Além disso, manter-se ativo socialmente, interagindo com amigos e familiares, também fortalece o cérebro, reduzindo a solidão e promovendo estímulos positivos.

Os benefícios vão além da prevenção, trazendo mais qualidade de vida e bem-estar para todos os envolvidos. Criar rotinas de exercícios acompanhados e buscar ambientes motivadores, como grupos de caminhada ou academias adaptadas, pode tornar essa jornada mais prazerosa e eficaz.

10 de Março: Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo 

Diante da importância da ginástica para prevenir e auxiliar no tratamento de doenças, o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo reforça a necessidade de manter uma rotina ativa. O sedentarismo é um dos principais fatores de risco para diversas doenças, afetando diretamente a qualidade de vida e a saúde mental.

Reconhecendo essa ameaça global, a OMS estabeleceu a data 10 de março como o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo. Segundo a Organização, um terço da população mundial adulta é fisicamente inativa, contribuindo para o aumento das taxas de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, hipertensão e até mesmo depressão. O sedentarismo causa cerca de cinco milhões de mortes anualmente. 

No Brasil, o sedentarismo afeta 70% da população, sendo responsável por aproximadamente 300 mil mortes por ano devido a doenças relacionadas à falta de atividade física.

A falta de atividade física pode causar diversos problemas de saúde, enquanto a prática regular traz inúmeros benefícios. Estudos indicam que manter-se ativo reduz o risco de acidentes vasculares cerebrais, melhora a circulação sanguínea, auxilia no controle do peso e promove bem-estar mental. Além disso, a atividade pode retardar os efeitos do envelhecimento e prevenir doenças neurodegenerativas.

Diante desse cenário, especialistas reforçam a importância de buscar orientação profissional para iniciar atividades físicas de maneira segura e eficiente. O incentivo à prática regular deve ser uma prioridade tanto para indivíduos quanto para políticas públicas de saúde.

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