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segunda-feira, 10 de março de 2025
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Disputa eleitoral

Sem Lula, esquerda terá dificuldades nas eleições de 2026

Candidatura do presidente não é tratada como na certeza de outros tempos; desgaste do governo e prazo para construir nova liderança será fator determinante

Postado em 10 de março de 2025 por Thiago Borges
Sem Lula, esquerda terá dificuldades nas eleições de 2026
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A incerteza sobre a candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gera especulações no campo político à esquerda do país. Para disputas eleitorais, Lula é considerado uma unanimidade da esquerda e o grande líder político dos ditos progressistas. Porém, em meio a baixa popularidade do governo e a idade avançada, o presidente já deu indícios de que pode não concorrer na disputa pelo Palácio do Planalto em 2026. 

Lula completará 80 anos de idade no dia 27 de outubro deste ano. O petista já garantiu que sua candidatura à reeleição irá depender do seu estado de saúde. Em entrevista recente à Rádio Clube do Pará, o presidente garantiu que irá ser candidato caso esteja “100% de saúde” e “achar que ainda pode ser candidato”. 

Os aliados próximos não tratam a não-candidatura de Lula como uma opção. O senador Humberto Costa (PE), presidente interino do PT e líder do partido na Casa Alta, descartou a hipótese. Em entrevista ao O Globo, Costa declarou que o presidente é “candidatíssimo à reeleição”. “O PT está num processo de resgate e recuperação de sua imagem. Nossa prioridade é a reeleição de Lula”, afirmou o mandatário, a respeito das prioridades da legenda.

Entretanto, as conversas nos bastidores é que, com a possibilidade de Lula não ser candidato, o presidente e seu entorno já discute dar andamento a um sucessor – que será o maior problema que o PT enfrentará nos próximos anos. A ida de aliados próximos a cargos de alto escalão do governo também é vista como uma tentativa de alavancar um nome. Gleisi Hoffmann, que assume a Secretaria de Relações Institucionais nesta segunda-feira, 10, e o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP), que pode substituir Márcio Macêdo na Secretaria-Geral da Presidência, são cotados, mas possuem alta rejeição do eleitorado ao centro.

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Outro nome possível é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, porém, anda com a popularidade em baixa e já foi derrotado pela direita, quando disputou as eleições de 2018 substituindo Lula e perdeu para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os integrantes da Esplanada, o ministro da Educação, Camilo Santana, não possui pechas e estigmas sobre si, mas possui pouco apelo nacional. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente; Geraldo Alckmin, vice-presidente; e Rui Costa, ministro da Casa Civil, são nomes mais distantes e menos prováveis para suceder Lula, caso o petista não concorra em 2026.

Além dos nomes disponíveis para sucessão reunirem pouco apelo entre os eleitores, formar uma liderança política leva tempo. Apenas o apoio de Lula e do PT parece pouco para derrotar a oposição – que também articula um substituto para Bolsonaro, inelegível até 2030, e que deve contar com o apoio da maioria do Centrão, insatisfeitos com o atual governo. 

A cúpula do governo e o entorno de Lula possuem desconfianças em lançar outro candidato. A leitura de que a situação é ruim com ele, e pior sem ele. A popularidade anda baixa e a imagem de Lula está manchada, porém, a figura do petista ainda é marcante e possui uma gama vasta e fiel do eleitorado. As lideranças da esquerda não pensam em trocar isso para trabalhar na construção de uma nova figura política na véspera do ano eleitoral. (Especial para O Hoje)

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