Goiás é um dos 5 estados que apresentam incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em nível de risco nas últimas semanas, conforme o boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O levantamento, que traz dados até o dia 1º de março, aponta uma tendência de crescimento dos casos, especialmente entre crianças e adolescentes até 14 anos.

Além de Goiás, outros estados das regiões Norte e Centro-Oeste também estão em situação de alerta ou risco, como Roraima, Pará, Tocantins e Distrito Federal. No entanto, a preocupação com o estado cresce devido ao aumento expressivo das hospitalizações, principalmente de crianças pequenas afetadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por quadros graves de bronquiolite e insuficiência respiratória.

Especialistas associam esse crescimento à volta às aulas e ao aumento da circulação de vírus respiratórios em ambientes fechados, como salas de aula e transporte público. “É um padrão que a gente vem observando nos últimos anos. Nas escolas, geralmente, as crianças acabam tendo maior contato umas com as outras e ficam mais tempo em ambientes fechados, o que favorece a transmissão desses vírus respiratórios”, explica a pesquisadora do InfoGripe, Tatiana Portella.

Outro fator relevante é a sazonalidade do VSR, que atingiu seu pico neste período do ano em Goiás, segundo a pesquisadora este aumento está relacionado “ao início de temporada do VSR nessa região”. A análise dos registros aponta que em crianças até 2 anos, os casos estão associados ao (VSR. Já entre crianças de 2 a 14 anos, o rinovírus é o principal responsável pelos casos.

As mortes relacionadas à SRAG já somam 1.338 registros neste ano, sendo 636 (47,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório.

Diante desse cenário, especialistas reforçam a importância da vacinação como estratégia essencial para reduzir hospitalizações e complicações respiratórias. No estado, os imunizantes contra a Covid-19 e a gripe estão disponíveis gratuitamente nas unidades de saúde para crianças a partir dos seis meses de idade. A recomendação é que todos mantenham o esquema vacinal atualizado e adotem medidas preventivas para conter a disseminação dos vírus.

Além disso, a pesquisadora Tatiana Portella recomenda que pessoas que apresentam sintomas de gripe e resfriado evitem sair de casa. “Mas, se precisar sair, use uma boa máscara. Nesta época também é importante evitar visitar crianças pequenas sem uso de máscara, já que esse grupo é mais vulnerável a vários tipos de vírus de transmissão respiratória”, afirma.

Em 2025, o Brasil já acumulou 16 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, sendo 34,3% com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Os vírus identificados são: Sars-CoV-2 (causador da covid-19): (46,2%), Rinovírus (23,6%), VSR (15%), Influenza A (6,1%) e Influenza B (2,5%).