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quarta-feira, 12 de março de 2025
VACINAÇÃO

Goiás perde 1 mil doses da vacina contra dengue e enfrenta baixa adesão à imunização

O estado registrou recordes nos casos confirmados da doença (128.567) e no número de óbitos (430)

Postado em 12 de março de 2025 por Micael Silva
Goiás perde 1 mil doses da vacina contra dengue e enfrenta baixa adesão à imunização Foto: Frame-EBC
Goiás perde 1 mil doses da vacina contra dengue e enfrenta baixa adesão à imunização Foto: Frame-EBC

Desde o início da vacinação contra a dengue, em fevereiro de 2024, Goiás perdeu 1 mil doses da Qdenga, imunizante produzido pelo laboratório japonês Takeda. No mesmo ano, o estado registrou recordes nos casos confirmados da doença (128.567) e no número de óbitos (430).

Segundo a subsecretária de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, mais de 408,2 mil vacinas foram aplicadas, mas ao menos 163 mil goianos (60,6%) não completaram o esquema de duas doses, que garante cerca de 80% de eficácia.

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“Goiás é um dos estados brasileiros que melhor tem utilizado essa vacina. Houve estados que precisaram descartar muito mais vacinas do que a gente, infelizmente”, afirmou.

Apesar do aumento gradual na procura pelo imunizante desde meados de 2024, a cobertura vacinal ainda está abaixo do esperado, especialmente na faixa etária de 6 a 16 anos. Foram aplicadas 273.420 primeiras doses nesse público, mas apenas 93.290 receberam a segunda dose, deixando 146.860 crianças e adolescentes (61,15%) com o esquema vacinal incompleto.

Flúvia destacou que a ampliação da vacinação depende da capacidade produtiva do Butantan, que solicitou à Anvisa autorização para disponibilizar sua própria vacina contra a dengue no Brasil.

Situação da dengue em 2025

Mesmo com esforços para aumentar a adesão à vacina, o número de casos confirmados e de mortes por dengue ainda preocupa. Em 2025, foram registrados cinco óbitos em Mozarlândia, Ceres, Goianésia, Heitoraí e São Simão, enquanto outros 47 estão em investigação em 13 cidades.

Até o momento, a SES contabiliza 19.382 casos confirmados e 39.760 notificados. Os 246 municípios goianos estão distribuídos em três categorias epidemiológicas: preparação (21), alerta (181) e emergência (43). Goiânia (3.584 casos), Aparecida de Goiânia (1.769 casos) e Anápolis (1.236 casos) estão em situação de alerta e concentram 33,9% (6.589) dos casos confirmados.

“Já estamos finalizando o período chuvoso e, em um ou dois meses, iniciaremos o período seco. O número de casos ainda é alto, mas menor em relação ao mesmo período do ano passado”, explicou Flúvia.

Preocupação com o sorotipo 3

Um fator que preocupa as autoridades é a circulação do sorotipo 3 da dengue, considerado o mais agressivo entre os quatro vírus da doença. Essa variante não era identificada com frequência no Brasil desde 2008.

Atualmente, o sorotipo 3 representa 2% (387) dos casos confirmados em Goiás. Para evitar uma inversão na predominância dos sorotipos 1 e 2, a SES adotou medidas de segurança junto aos municípios.

“Existe uma grande possibilidade de inversão, quando a sorologia passa a ser dominada pelo tipo 3. Isso pode acontecer no segundo semestre e indicar que 2025 e 2026 serão anos problemáticos, como está ocorrendo em São Paulo”, concluiu Flúvia.

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