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quarta-feira, 12 de março de 2025
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neurociência

Paternidade pode retardar o envelhecimento cognitivo, sugere estudo

Pesquisa da Universidade de Yale aponta que ter mais filhos pode fortalecer a conectividade cerebral e proteger contra o desgaste cognitivo na idade avançada

Postado em 12 de março de 2025 por Luana Avelar
Foto: Serpro
Foto: Serpro

Um estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences sugere que a paternidade pode ter benefícios inesperados para o cérebro, retardando o processo de envelhecimento cognitivo. Realizada por pesquisadores da Universidade de Yale, a pesquisa analisou dados de cerca de 38 mil adultos para entender o impacto do número de filhos na saúde cerebral. Os resultados indicam que ter mais filhos está relacionado a uma maior conectividade cerebral, especialmente em áreas responsáveis pelo processamento sensorial e motor.

O estudo se concentrou em adultos de 40 a 69 anos e usou ressonâncias magnéticas funcionais para mapear a atividade cerebral. Os cientistas descobriram que pessoas com mais filhos apresentaram uma conectividade superior na rede somatomotora, uma região do cérebro ligada à interpretação de estímulos sensoriais e à resposta motora. Esse aumento nas conexões cerebrais sugere que as demandas da paternidade podem fortalecer as redes neurais, protegendo o cérebro contra o desgaste cognitivo comum na idade avançada.

De acordo com os pesquisadores, o efeito observado não está relacionado à gravidez em si, mas ao papel ativo de cuidar e educar os filhos. Eles explicam que o envolvimento constante com as crianças exige do cérebro uma adaptação, promovendo uma maior interação entre diferentes áreas cerebrais, o que pode retardar o declínio cognitivo ao longo do tempo.

Embora os dados mostrem uma correlação entre o número de filhos e o aumento da conectividade cerebral, os cientistas alertam que não é possível afirmar que a paternidade seja a causa direta desse efeito. Outros fatores, como normas sociais e características individuais, também desempenham um papel importante. No entanto, o estudo sugere que atividades que exigem interação social e emocional, como a paternidade, podem ter um impacto positivo no cérebro, de forma semelhante a outros desafios mentais.

Além da paternidade, o estudo destaca que o cérebro pode se beneficiar de diversas atividades cognitivas, como aprender novas habilidades ou assumir funções desafiadoras no trabalho. Esses estímulos também têm o poder de preservar a saúde mental, mostrando que manter o cérebro ativo e engajado é fundamental para retardar os efeitos do envelhecimento cognitivo.

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