O veículo de teste orbital x-37b, um pequeno ônibus espacial não tripulado da força espacial dos Estados Unidos, retornou à terra na última sexta-feira (7), após 434 dias em órbita. O pouso ocorreu por volta das 2h22 (horário local) na base Vandenberg Space Force, na Califórnia, e foi anunciado apenas após a nave tocar o solo. Desenvolvido pela Boeing, o x-37b é operado remotamente e sua missão permanece cercada de mistério, gerando especulações sobre possíveis testes militares e de tecnologia espacial.

Esta foi a primeira vez que o x-37b foi lançado pelo foguete Falcon Heavy, da Spacex. A missão, iniciada em 28 de dezembro de 2023, teria como foco o teste de novas tecnologias militares em ambiente orbital. Entre os experimentos realizados, destacou-se uma manobra de aerofrenagem, que buscava reduzir o consumo de combustível e ampliar a capacidade de controle da nave em diferentes regimes orbitais.

O general Chance Saltzman, chefe de operações espaciais, afirmou que a missão mostrou a flexibilidade do x-37b para realizar testes em diversos cenários orbitais. Segundo ele, a execução bem-sucedida da manobra de aerofrenagem demonstra o compromisso da força espacial em expandir os limites das operações espaciais de forma segura e eficiente.

O retorno acontece em meio a uma corrida tecnológica entre as potências espaciais. Duas semanas antes do lançamento do veículo americano, a China enviou a nave Shenlong à órbita para realizar testes científicos e experimentos militares. A espaçonave chinesa retornou à terra em setembro de 2024, reforçando o caráter estratégico das operações espaciais conduzidas por ambos os países.

Apesar do sucesso da missão, a força espacial americana não divulgou detalhes sobre o próximo lançamento do x-37b. Historicamente, novas missões são programadas dentro de um ano após o retorno da anterior, mas a mais recente ocorreu após um intervalo de 13 meses devido a ajustes técnicos. A espaçonave deve continuar sendo um recurso estratégico para a força espacial, que planeja estabelecer o Space Futures Command em 2026, voltado para a preparação de operações militares em órbita.