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quinta-feira, 13 de março de 2025
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Clima

Chuvas intensas e calor marcam o último mês na capital goiana

Cidade registrou um aumento de 14% no volume de chuvas que equivale a mais de 230 mm

Postado em 13 de março de 2025 por Renata Ferraz
Chuvas
Foto: Pixabay

O mês de fevereiro foi marcado por chuvas acima da média e temperaturas elevadas em Goiânia. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a estação convencional da capital registrou precipitação em 20 dias do mês, totalizando 269,7 mm de chuva. 

Esse volume representa um crescimento de 14% em relação à média climatológica de 1991 a 2020, que é de 235,8 mm. O maior acumulado diário foi registrado em 26 de fevereiro, com 39,3 mm.

Além do aumento nas chuvas, as temperaturas também ficaram acima da média histórica. A média mensal foi de 25,5°C, superando em 0,8°C a normal climatológica de 24,7°C. A temperatura mínima média ficou em 20,6°C, 0,6°C acima da normal, enquanto a máxima média atingiu 32,6°C, 1,6°C superior à média histórica de 31°C.

Os extremos de temperatura chamaram a atenção. No dia 20 de fevereiro, a capital registrou a maior temperatura do mês, com 36,4°C. Já a menor máxima ocorreu em 3 de fevereiro, com 27,9°C. Entre as mínimas, a mais baixa foi de 18,9°C, no dia 25, e a mais alta, 23,2°C, ocorreu em 22 de fevereiro.

De acordo com a coordenadora do Inmet em Goiás, Elizabete Alves, Goiânia já vinha de um mês de janeiro com chuvas constantes e persistentes. Em fevereiro, essa tendência continuou, com volumes superiores à média e uma distribuição irregular das precipitações.

“Tivemos fenômenos atmosféricos atuando que contribuíram para essa irregularidade nas chuvas. Em altos níveis, tivemos vórtices que influenciaram a convergência de umidade, além da presença de umidade em médios níveis e na superfície devido ao calor diurno. Isso favoreceu a ocorrência de chuvas intensas e persistentes em Goiânia”, explicou a especialista.

Outro fator apontado por Alves foi o fenômeno da “ilha de calor”, comum em áreas urbanas densamente construídas. Esse fenômeno ocorre quando há um aquecimento excessivo da superfície urbana durante o dia, aumentando a probabilidade de pancadas intensas de chuva no fim da tarde.

“Quando há abertura de sol, a cidade se aquece rapidamente, e essa elevação da temperatura favorece chuvas mais intensas, principalmente se houver umidade disponível em médios e altos níveis da atmosfera”, destacou.

Embora Goiânia tenha registrado um aumento nas chuvas, outras regiões do estado apresentaram variações significativas. Cidades como Catalão, Formosa e Ipameri registraram menores volumes de precipitação e, consequentemente, temperaturas mais elevadas. 

Em Catalão, por exemplo, a média histórica de 29,8°C foi superada por uma temperatura média de 33,3°C, um aumento de 3,5°C, o que equivale a um crescimento de 12% acima da normal climatológica.

Por outro lado, áreas do sudoeste e noroeste do estado, como Jataí, São Miguel do Araguaia e Aragarças, tiveram chuvas mais persistentes devido à circulação dos ventos em altitude, que favoreceram a convergência de umidade para essas regiões.

“A variabilidade climática explica essas diferenças. Nem todos os fevereiros são iguais, e fatores como a circulação geral da atmosfera e o aquecimento global contribuem para alterações nas médias históricas”, afirmou Elizabete.

O aumento nas temperaturas tem sido uma tendência desde a década de 1990, com registros cada vez mais frequentes de valores superiores à média histórica. A expectativa é que, nos próximos anos, os períodos de calor intenso e chuvas irregulares continuem, exigindo atenção de autoridades e moradores para os impactos ambientais e urbanos.

Com isso, especialistas reforçam a necessidade de monitoramento constante das condições meteorológicas e a adoção de medidas para minimizar os efeitos das chuvas intensas e das ondas de calor na capital goiana e por todo o Goiás.

Leia mais: Goiânia tem a maior queda no preço da cesta básica do Brasil

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