‘Reversão de injustiças’, diz Fred sobre Bolsonaro e Valdemar poderem se falar
Para Vitor Hugo, vereador mais votado de Goiânia e aliado de longa data do ex-presidente, decisão é ‘simbólica e importante’

O vice-presidente do PL em Goiás, Fred Rodrigues, afirmou que a autorização para que o presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, e o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) possam manter contato é “uma pequena reversão de injustiças”. A decisão com a permissão ocorreu na terça-feira (11) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revertendo a proibição de fevereiro de 2024.
“É o início da reversão das injustiças. Uma pequena reversão de injustiças que vem ocorrendo nos últimos anos, desde o inquérito das fake news, que começou há seis anos, sem expectativa de finalização. Medida que serve, 90% das vezes, para perseguições políticas”, avalia Fred.
Conforme o vice-presidente do PL, a autorização fortalece o partido no aspecto simbólico, além de contribuir para a parte logística. “Facilita, pois agora será apenas uma reunião”, explica. “Antes, quando alguém se deslocava a Brasília – prefeitos, deputados, líderes políticos -, ocorriam duas reuniões, uma com Bolsonaro e outra com Valdemar. Agora, as reuniões podem ser juntas [quando houver agenda de ambos, claro].”
Questionado se o partido chegou a mudar com essa divisão, Fred diz que não. Ele destaca que Bolsonaro transformou a sigla ao se filiar, com a defesa dos valores e princípios da direita. “Então, as definições não mudaram. A diretriz do partido continuou a mesma no tempo em que eles não puderam se falar.”
Conforme o vice-presidente estadual do PL, Valdemar é o responsável por operacionalizar o partido. Já o ex-presidente Jair Bolsonaro é o líder maior e referência.
Simbólico e importante
Vereador mais votado de Goiânia (e do Centro-Oeste) em 2024 e aliado de longa data do ex-presidente, Major Vitor Hugo (PL) diz que a decisão é simbólica e importante. Segundo ele, a falta de contato direto gerou prejuízos nas eleições municipais difíceis de medir. “Questões estratégicas, de composições…”, avalia.
Ele cita que Bolsonaro e Valdemar são experientes, mas um complementa o outro. “Bolsonaro como símbolo da direita e Valdemar como parte administrativa.” Para ele, esse retorno ao contato vai potencializar o PL a conquistar mais cadeiras no Congresso, no próximo ano.
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“Além disso, as escolhas serão feitas com mais tranquilidade, com maior abertura. As estratégias do PL e da direita são reforçadas e alinhadas”, finaliza. O HOJE também tentou contato com o presidente estadual do PL, senador Wilder Morais, mas não teve retorno.
Decisão
Alexandre de Moraes, relator no STF do inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado pelo ex-presidente e aliados, atendeu ao pedido de Valdemar Costa Neto, na terça, para derrubar a medida que impedia o contato entre eles. Ele considerou que o presidente do PL não foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República nesse caso.
Valdemar foi indiciado na investigação de tentativa de golpe pela Polícia Federal, mas, por não haver a denúncia, pediu que as restrições contra ele fossem revogadas. Além do contato com Bolsonaro, ele também vai receber de volta seu passaporte e poder viajar para o exterior; participar de cerimônias e homenagens a militares das Forças Armadas e policiais; e ter de volta alguns itens apreendidos.
“Embora o investigado tenha sido indiciado no relatório final apresentado pela autoridade policial, a PGR não denunciou o investigado, razão pela qual, em relação a ele, não estão mais presentes os requisitos necessários à manutenção das medidas cautelares anteriormente impostas”, disse Moraes na decisão.
No fim do ano passado, Moraes também autorizou que Bolsonaro participasse do velório e da missa de Sétimo Dia da mãe de Valdemar Costa Neto. Leila Caran Costa morreu em dezembro de 2024, aos 99 anos. As solenidades ocorreram no interior de São Paulo.