Goiana condenada por atos golpistas de 2023 é presa ao tentar entrar nos EUA
Rosana Maciel Gomes, condenada a 14 anos de prisão por cinco crimes cometidos durante os atos golpistas de 2023, foi detida ao tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos

A goiana Rosana Maciel Gomes, condenada a 14 anos de prisão por cinco crimes cometidos durante os atos golpistas de 2023, foi detida ao tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Ela tinha dois mandados de prisão em aberto e uma ordem de extradição expedida na Argentina.
Além de Rosana, ao menos outras três brasileiras foram presas entre 12 e 21 de janeiro deste ano – apenas uma delas foi detida antes da gestão Donald Trump.
Após fugir do Brasil em janeiro de 2024, Rosana percorreu países como Uruguai, Peru e México, até ser presa em El Paso, no Texas. Seis dias depois, foi transferida para um centro de detenção da ICE na mesma cidade. Seu objetivo era obter refúgio político no governo Trump, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Leia mais:Prefeitura de Goiânia amplia vagas de UTI com mais 10 leitos no Hospital Célia Câmara
O serviço de patrulhamento das fronteiras não detalhou, “por questões de privacidade”, em que condições Rosana e as demais brasileiras foram presas – se em postos de imigração ou em áreas de travessia ilegal na fronteira. A Polícia de Imigração e Alfândega dos EUA informou que as foragidas “aguardam a expulsão para seus países de origem”.
Segundo a defesa de Rosana no Supremo Tribunal Federal (STF), ela não teria participado da depredação do Palácio do Planalto e ficou em estado de choque ao ver a destruição. Amigos da goiana buscaram apoio do consulado brasileiro em Houston, no Texas.
Outras presas
As quatro mulheres, três condenadas por crimes cometidos no 8 de janeiro – incluindo tentativa de golpe de Estado – e uma ré com mandados de prisão no Brasil, estão detidas nos Estados Unidos há mais de 50 dias. São elas:
- Rosana Maciel Gomes, de Goiânia (GO): tentou entrar nos EUA em 21/1 e está presa na detenção da ICE em El Paso, Texas.
- Raquel Souza Lopes, de Joinville (SC): tentou entrar nos EUA em 12/1 e está presa na detenção da ICE em Raymondville, Texas.
- Michely Paiva Alves, de Limeira (SP): tentou entrar nos EUA em 21/1 e está presa na detenção da ICE em El Paso, Texas.
- Cristiane da Silva, de Balneário Camboriú (SC): tentou entrar nos EUA em 21/1 e está presa na detenção da ICE em El Paso, Texas.
As quatro fazem parte de um grupo de militantes que deixou o Brasil no primeiro semestre de 2024 e se refugiou na Argentina. No final do ano, diante de pedidos de extradição do STF, fugiram novamente em direção aos EUA.
Na véspera da prisão do trio, Trump prometeu – caso reassuma a presidência – realizar deportações em massa de imigrantes ilegais. “Toda entrada ilegal será imediatamente interrompida e começaremos o processo de devolver milhões e milhões de criminosos estrangeiros aos lugares de onde vieram”, declarou.
Outros foragidos do 8 de janeiro permanecem na Argentina, Colômbia e Peru, entre outros países da América Latina. Eles se dizem perseguidos políticos por apoiarem Bolsonaro, derrotado nas eleições de 2022. Alegam não ter cometido crimes de tentativa de golpe de Estado ou dano ao patrimônio público na invasão dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.