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quarta-feira, 19 de março de 2025
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CASO CLARA MARIA

Clara Maria, jovem assassinada em Belo Horizonte, é velada por amigos e familiares

Clara foi encontrada morta e enterrada sob uma camada de concreto em uma casa no bairro Ouro Preto, na Região da Pampulha

Postado em 18 de março de 2025 por Micael Silva
Clara Maria, jovem assassinada em Belo Horizonte, é velada por amigos e familiares Foto: Divulgação
Clara Maria, jovem assassinada em Belo Horizonte, é velada por amigos e familiares Foto: Divulgação

Na manhã deste sábado (15), representantes de movimentos sociais, amigos e parentes da jovem Clara Maria Venancio Rodrigues, de 21 anos, se reuniram no Centro de Belo Horizonte para protestar contra o feminicídio que tirou a vida da vítima. Clara foi encontrada morta e enterrada sob uma camada de concreto em uma casa no bairro Ouro Preto, na Região da Pampulha. O crime chocou a cidade e reacendeu o debate sobre a violência contra as mulheres.

A dor dos que ficaram

Leonardo Oliveira, namorado de Clara, desabafou sobre a perda: “Eu não tenho palavras mais para falar o que estou sentindo… Não sei se é raiva, se é tristeza ou se é melancolia”. Júlia Rangel, amiga de infância da vítima, destacou a personalidade vibrante de Clara: “Ela tinha um brilho muito indescritível. Era uma pessoa muito alegre, que queria viver e lutar pelos seus sonhos. Isso é o que mais me machuca”.

O crime

Clara desapareceu no domingo (9), após sair do trabalho para encontrar Thiago Schafer Sampaio, um ex-colega de trabalho que devia R$ 400 a ela. Segundo relatos, ela enviou uma mensagem por volta das 22h45 dizendo que havia recebido o dinheiro e estava a caminho de casa. No entanto, ela nunca chegou. Horas depois, uma mensagem suspeita foi enviada de seu celular, afirmando que ela estava “bem e ocupada”.

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O corpo de Clara foi encontrado na quarta-feira (12), enterrado sob concreto na casa de Thiago. A polícia prendeu três homens: Thiago Schafer Sampaio, Lucas Rodrigues Pimentel e Kennedy Marcelo da Conceição Filho. Thiago e Lucas confessaram o crime. Kennedy foi liberado após interrogatório, mas continua sob investigação.

Os motivos do crime

Thiago, de 27 anos, confessou que estrangulou Clara com um mata-leão. Ele alegou que agiu por ciúmes, após ver a vítima com o namorado em um bar dias antes do crime. Lucas Pimentel, de 29 anos, ajudou a ocultar o corpo e também confessou o assassinato. A polícia investiga se o crime teve motivações sádicas, incluindo a possibilidade de necrofilia. Lucas teria expressado anteriormente o desejo de praticar atos necrófilos, e o corpo de Clara foi encontrado nu, exposto na casa antes de ser enterrado.

A prisão dos suspeitos

A Justiça de Minas Gerais converteu a prisão em flagrante de Thiago e Lucas para preventiva, citando “fortes indícios de autoria e materialidade do crime”. A decisão da juíza Alessandra de Souza Nascimento Gregório destacou a brutalidade do crime, o planejamento prévio e a ocultação do cadáver. Os dois estão detidos no Ceresp Gameleira, em celas separadas.

A trajetória de Clara

Clara Maria era natural de Uberlândia e morava sozinha desde os 14 anos. Órfã de pai, ela trabalhava como auxiliar de cozinha em uma padaria e era conhecida por sua dedicação ao trabalho e amor pelos animais, especialmente seus dois gatos. Amigos a descreviam como uma pessoa gentil, educada e cheia de sonhos. “Era uma inspiração para todos nós”, disse Fernando Sorrentino, amigo da vítima.

Repercussão e luto

O caso ganhou grande repercussão midiática e mobilizou movimentos sociais em defesa dos direitos das mulheres. O protesto realizado neste sábado (15) no Centro de Belo Horizonte reflete a indignação da sociedade com a violência de gênero. “Está todo mundo arrasado. A Clara era muito amada”, lamentou Sorrentino.

Investigação em andamento

A Polícia Civil continua investigando os detalhes do crime, incluindo a possível motivação de necrofilia. Enquanto isso, familiares e amigos de Clara buscam justiça e clamam por medidas mais efetivas para combater a violência contra as mulheres. O caso de Clara Maria é mais um triste exemplo de como o feminicídio continua a ceifar vidas no Brasil.

Clara Maria Venancio Rodrigues, 21 anos, artista, skatista e amante de animais, deixa um legado de alegria e determinação, mas também um alerta urgente sobre a necessidade de proteger as mulheres da violência que as cerca.

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