Adolescente é apreendido em Goiás por incitar ataques violentos e ligação com crime no Rio de Janeiro
As investigações apontam que o menor era um dos responsáveis pelo canal que transmitiu ao vivo, no dia 19 de fevereiro, um ataque com “coquetel molotov” contra um morador de rua no Rio de Janeiro

Na manhã desta quinta-feira (20), a Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC), cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência de um adolescente de 16 anos, na cidade de Caldas Novas.
O jovem é suspeito de administrar um canal na plataforma Discord onde incentivava e buscava captar “investidores” e participantes para a prática de crimes violentos contra moradores de rua e minorias.
As investigações apontam que o menor era um dos responsáveis pelo canal que transmitiu ao vivo, no dia 19 de fevereiro, um ataque com “coquetel molotov” contra um morador de rua na cidade do Rio de Janeiro. A vítima sofreu queimaduras de terceiro grau e precisou ser hospitalizada. O suspeito demonstrava interesse em promover novos ataques, incentivado pela repercussão do crime.
Diante das provas coletadas, todos os dispositivos eletrônicos do adolescente foram apreendidos para análise. A Polícia Civil segue investigando o caso para identificar outros possíveis envolvidos e coibir a prática desses crimes cibernéticos.
Relembre o caso
O crime ocorreu na noite do dia 19 de fevereiro, quando um homem em situação de rua foi atacado com dois coquetéis molotov enquanto dormia em uma calçada no bairro Pechincha, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O ato foi filmado e transmitido ao vivo por um canal na plataforma Discord.
No dia seguinte, em 20 de fevereiro, a Polícia Civil apreendeu um adolescente de 17 anos suspeito de realizar o ataque e prendeu outro suspeito envolvido na gravação e transmissão das imagens. A família do menor procurou a delegacia após reconhecer o filho nas imagens divulgadas na internet. Durante a investigação, os agentes encontraram em seu celular arquivos de abuso sexual infantil.
As cenas do ataque viralizaram e chegaram à Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), que acionou o Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça. Segundo a polícia, o adolescente teria sido incentivado por um grupo virtual e recebido cerca de R$ 2 mil para cometer o crime como parte de um desafio proposto dentro da rede social.
A vítima, Ludierley Satyro José, de 46 anos, sofreu queimaduras graves e está internada no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, com estado de saúde estável.
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