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quinta-feira, 20 de março de 2025
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Desafio Eleitoral

Economia se revela como um grande obstáculo de Lula para 2026  

Especialista diz que para o mercado inflação é sinônimo de incerteza, “deixa o mercado míope”

Postado em 20 de março de 2025 por Raunner Vinicius Soares
Lula e Haddad
“Toda vez que o problema da inflação aperta, ele dá entrevistas no sentido de culpar o empresário”, ressalta Mendez

A condução da economia brasileira tem sido um dos grandes desafios da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com a proximidade das eleições gerais de 2026, o entorno tem se preocupado com a impopularidade do petista em diversos setores da sociedade. Uma pesquisa conduzida pela Genial/Quaest, entre os dias 12 a 17 deste mês, com especialistas – como gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro – aponta que 93% não confia na liderança de Lula. Em uma entrevista exclusiva ao Jornal O Hoje, a doutora em economia e sócia da Pool Consultores, Ana Luiza Souza Mendez, afirma que existe um problema fiscal de excesso de gasto público no país.  

Segundo Ana Luiza, o que preocupa é que em todas as falas que o Lula faz, não mostra que existe uma sintonia entre ele e o ministro da Fazenda, nem com outros ministérios, no sentido de perseguir uma eficiência do gasto público, para uma redução coerente desse gasto. “E toda vez que o problema da inflação aperta, ele dá entrevistas no sentido de culpar o empresário, passando a impressão de que a culpa é deles. Falta nele uma consistência técnica para dizer qual é o diagnóstico da inflação, como o governo vai agir e em quanto tempo espera resolver o problema. A gente não vê isso no Lula”, explica. 

Leia mais: Nova proposta de isenção de IR compensa perdas da inflação, diz economista

“O que tenho acompanhado, vejo da seguinte forma: a gente está com um problema de inflação acelerando e o Banco Central está tomando medidas defensivas, que no caso é o aumento e a indicação de aumento da taxa básica de juros até o fim do ano. Além disso, existe um problema fiscal de excesso de gasto público”, ressalta a especialista em economia.  

Dessa forma, Ana Luiza acredita que essa ausência de teor técnico para lidar com os problemas é um dos principais fatores que derrubaram a popularidade de Lula dentro do mercado financeiro. “Quando o presidente da República tem essa postura, em que você percebe claramente uma falta de tecnicalidade econômica e de consistência com o ministro da Fazenda, isso causa no mercado muita insegurança. Porque, quando ocorre o aumento da inflação e não tem um controle mais rigoroso do gasto público, isso sinaliza para o mercado que o risco de uma aceleração inflacionária é grande. E inflação é sinônimo de incerteza para o mercado. A inflação deixa o mercado míope. Então, é por isso”, argumenta.  

Sobre a pesquisa da Genial/Quaest: a data de coleta dos dados foi entre os dias 12 a 17 de março, contando com a participação de 106 entrevistas, com fundos de investimentos com sede nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O público alvo: gestores, economistas, analistas, tomadores de decisão do mercado financeiro. O método coleta dos dados foi realizado por meio de entrevistas online, através de aplicação de questionário estruturados.   

Estratégia  

O senador Humberto Costa (PT-PE), presidente interino do Partido dos Trabalhadores, ofereceu alguns destaques estratégicos do partido para as eleições de 2026. Destacou a importância da unidade partidária e a necessidade de fortalecimento das bandeiras populares na preparação para o Processo de Eleição Direta (PED) 2025. O mecanismo interno definirá os novos dirigentes da legenda em todas as instâncias – municipal, estadual e nacional. Além disso, o senador reforçou a defesa de pautas como a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, fim da jornada de trabalho no modelo 6×1 e a punição a Bolsonaro e aos golpistas de 8 de janeiro.  

Sobre a isenção do IR, o senador disse: “A proposta atingirá boa parte da classe média, atendendo às classes trabalhadoras, e será financiada pela ampliação da contribuição dos mais ricos”. Sobre o fim da escala 6×1: “É uma maneira de dar mais qualidade de vida aos trabalhadores e às trabalhadoras formais que poderão dedicar mais tempo às suas famílias, ao estudo ou até mesmo à realização de alguma atividade remunerada esporádica”. 

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