Médico do Hospital das Clínicas da UFG é denunciado por assédio moral
O médico investigado e o chefe de enfermagem, apontado como vítima, foram afastados de suas funções

Um médico do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia, está sendo investigado por suspeita de assédio moral contra servidores, especialmente um chefe de Enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulta. A instituição apura o caso, e ambos os profissionais foram afastados preventivamente até a conclusão da investigação.
De acordo com a denúncia , um chefe de Enfermagem vinha sendo alvo de constrangimentos e situações vexatórias desde outubro de 2022. Em um dos episódios relatados, o médico teria expulsado toda a equipe de enfermagem da sala de reuniões da UTI. O documento aponta que o assédio moral ocorre de forma pública, com o objetivo de desmoralizar o profissional tanto pessoal quanto profissionalmente. Além disso, o médico teria evitado a comunicação direta com o chefe de Enfermagem, desautorizado suas decisões e contribuído para o seu isolamento no ambiente hospitalar.
Em nota, o Hospital das Clínicas informou que um processo interno foi instaurado para apurar denúncias entre colaboradores de UTI adulta. “Dois profissionais foram afastados preventivamente enquanto ocorre essa avaliação, que é sigilosa”, declarou a instituição.
Protestos contra o assédio moral
Na quarta-feira (19), enfermeiros realizaram um protesto no Hospital das Clínicas, em Goiânia, reivindicando o fim do assédio moral na unidade. Dezenas de trabalhadores participantes do ato.
Antes da manifestação, um grupo de profissionais fixou uma faixa na entrada da unidade com a mensagem: “Chefe assediador! Não! Os profissionais da UTI Adulto estão adoecidos”. No entanto, segundo relatos, a direção do hospital retirou a faixa cerca de uma hora depois.
Leia mais:Idosa morre atropelada ao tentar atravessar a BR-153 em Hidrolândia
Fernando Mota, coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás (SINT-IFESgo), afirmou que um documento foi entregue à direção do hospital cobrando esclarecimentos sobre a investigação da denúncia de assédio moral. O sindicato também solicita informações sobre possíveis casos semelhantes em outros setores da unidade.
Relatório aponta casos de assédio no Judiciário
Em 2024, a Justiça Federal divulgou um relatório sobre casos de assédio moral, sexual e discriminação na seção judiciária de Goiás. O levantamento, baseado em questionários respondidos por servidores, terceirizados, juízes e estagiários, revelou que 43 pessoas relataram ter sido vítimas desses crimes, especificamente julgadas por juízes federais.