O serviço de saneamento básico prestado pela concessionária BRK se tornou alvo de críticas durante a 13ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, na terça-feira, 18 de março. O tema foi levantado pelo vereador Ataídes Neguinho, que denunciou vazamentos de esgoto em diversos pontos da cidade e cobrou respostas efetivas da empresa. Ele sugeriu, inclusive, a convocação de representantes da concessionária para esclarecimentos.

A discussão ganhou força quando outros parlamentares também relataram problemas no serviço prestado. Um dos principais questionamentos foi em relação ao diâmetro dos canos utilizados na rede de esgoto, que, segundo os vereadores, seriam inadequados para a demanda da cidade. O vereador Gleison Flávio criticou a forma como a BRK conduz suas obras, afirmando que a empresa atua de maneira desorganizada e deixa a Prefeitura com o ônus de resolver os transtornos gerados.

Já o vereador Felipe Cortez sugeriu que a Câmara notifique a Prefeitura para que medidas sejam adotadas contra a concessionária. Por sua vez, Isaac Martins classificou o sistema de esgotamento sanitário como “vergonhoso” e lembrou que, desde seu primeiro mandato, em 2018, debate o assunto. Segundo ele, na época, técnicos da BRK afirmaram que canos de apenas 100 milímetros eram suficientes para atender uma rua inteira, o que, na prática, tem se mostrado ineficiente.

Encerrando as manifestações, o vereador André Fortaleza destacou que a Câmara tem feito sua parte ao cobrar melhorias da BRK, mas ressaltou que cabe exclusivamente ao Executivo tomar providências legais contra a empresa. Ele também mencionou que a concessionária atua dentro dos parâmetros estabelecidos no contrato vigente, o que torna necessária uma revisão dos termos para exigir um serviço mais eficiente.

Em nota, a Saneago informou que  ainda não recebeu notificação da Câmara Municipal em relação aos temas elencados. Além disso, a companhia afirma que as redes de esgoto dos bairros atendidos em Aparecida de Goiânia têm diâmetros de 100, 150 e até 200 milímetros, sendo projetadas e executadas de acordo com as determinações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

“É importante destacar que as ocorrências de extravasamento não decorrem de insuficiência do diâmetro da tubulação, mas de fatores externos que comprometem o funcionamento adequado do sistema, como descarte irregular de lixo e gordura na rede de esgoto, ligações clandestinas de águas pluviais e impacto de obras viárias e recapeamentos asfálticos, entre outros”, afirma o comunicado. 

“Aparecida de Goiânia recebeu mais de R$ 1 bilhão em investimentos, que resultaram em um salto expressivo no mais recente Ranking do Saneamento, elaborado pelo Instituto Trata Brasil com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis)”, conclui o texto. (