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sexta-feira, 21 de março de 2025
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Crise de Sucessão

Em paralelo à impopularidade de Lula, PT vive briga interna por espaços

O presidente interino do partido aponta que a disputa é por espaços e vê com naturalidade que isso ocorra   

Postado em 21 de março de 2025 por Raunner Vinicius Soares
Sem Lula, esquerda terá dificuldades nas eleições de 2026
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A disputa pela sucessão do posto deixado pela ex-presidente da sigla, a deputada federal Gleisi Hoffmann, dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), tem se desdobrado de forma negativa após novas declarações à imprensa do presidente interino, o senador Humberto Costa. Ao ponto de sobrar duras críticas para o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que viabilizou a candidatura do ex-prefeito de Araraquara, de São Paulo, Edinho Silva. Costa admitiu que a confusão realmente ocorreu e foi vazada para os veículos de comunicação de uma forma inadequada. Ele disse que teve uma ebulição muito grande e desnecessária, mas medidas foram providenciadas para abaixar a temperatura.   

O problema no partido vem em um momento em que o presidente Lula enfrenta dificuldades na gestão do governo, na economia do país e em manter a sua popularidade. O que agrava ainda mais o cenário para as eleições gerais de 2026. A resistência de uma ala a Edinho é motivada pelo desejo de controlar as secretarias do tesouro e da comunicação do PT. As duas juntas dispõem de uma quantidade maior de recursos em relação às outras, que apesar de deterem um certo apelo, não foram as motivadoras do dilema.       

Leia mais: Economia se revela como um grande obstáculo de Lula para 2026

O processo que levou a confusão dentro do círculo interno do partido de Lula, começou com as mudanças dentro da gestão do governo. O então ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha – que também faz parte do PT –, foi conduzido ao Ministério da Saúde (MS), ocupado por Nísia Trindade – sem ligação partidária. No lugar de Padilha, entrou Gleisi Hoffmann, como a nova responsável pela relação de Lula com o Congresso Nacional. Portanto, Hoffmann deixou a presidência da sigla e Humberto Costa entrou como interino.    

Após a oposição fulminante do grupo representado por Hoffmann ao nome apresentado por Lula, uma crise se instaurou no campo majoritário do partido, chamado de Construindo um Novo Brasil (CNB) – no qual o presidente também faz parte. Edinho é visto como o favorito para vaga. Assim, foi compreendido pela grande mídia como um ‘racha’ do grupo mais forte dentro do PT.  Costa afirmou que a disputa é por espaços e vê com naturalidade que isso ocorra. No entanto, disse que a maneira que a discussão tem sido feita internamente, não pode contaminar o governo.   

De forma resumida, o presidente Lula recebeu críticas duras pela sua indicação, demonstrando que há forças dentro do partido que não assimilam completamente os seus desejos. O presidente interino argumentou que a reunião tinha o objetivo de comunicar e submeter ao Lula o processo do exercício da presidência temporária e conversar com ele sobre a sucessão do PT. Segundo Humberto Costa, no final, o presidente falou que era importante que, os que se apossem, conversasse com Edinho, tendo em vista que não podia ter uma parcela importante da CNB que não concordasse, que era muito difícil ser presidente dessa maneira, que era importante conversar com ele.    

De acordo com a nota oficial: “A coordenação da CNB esclarece que convidou o presidente Lula para participar de uma reunião, na última quinta-feira (6), na qual seria definida a indicação do presidente interino do partido, diante do afastamento da então presidenta Gleisi Hoffmann para assumir como ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. No encontro, ficou definida a indicação do vice-presidente e senador Humberto Costa (PT-PE) para completar o mandato até o mês de julho deste ano, quando será realizado o Processo de Eleição Direta (PED) para a próxima direção do PT”.   

Ainda: “Lula merece respeito. Divergências e disputas internas, também naturais e legítimas, têm sido instrumentalizadas em veículos de mídia, como tem ocorrido ao longo da história do PT, sempre no intento de desqualificar o partido e sua democracia interna”.   

 

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