O Goiás Esporte Clube está sob novo comando, na tarde desta quarta-feira, o Esmeraldino anunciou a contratação do técnico Vagner Mancini. Esta será a segunda passagem de Mancini pelo Goiás. Na última temporada, Vagner chegou ao clube no fim do primeiro turno. A frente do Goiás Vagner Mancini conseguiu um aproveitamento superior ao do Santos que levou o título da Série B, ao fim da última rodada o Verdão chegou a marca de 63 pontos na sexta colocação, um ponto a menos que o Ceará, quarto colocado, que conquistou a última vaga para a Série A. 

Mancini assume o Goiás em um momento conturbado, o clube não conseguiu alcançar seu primeiro objetivo do ano que era a taça do Campeonato Goiano de Futebol de 2025. O clube que estava sendo liderado por Jair Ventura, apesar de ter chegado à semifinal do Goianão, não conseguiu convencer seus torcedores com o futebol apresentado. O Goiás também conseguiu se classificar para a final da Copa Verde, e enfrentará o Paysandu, que é o atual campeão da competição.

Em sua coletiva de apresentação, Vagner Mancini explicou que a decisão de não permanecer no Goiás no fim do ano passado foi uma escolha difícil,e que sua equipe queria permanecer no clube. Mas a saída foi necessária tendo em vista que ele precisava resolver problemas pessoais. Além disso, o técnico descartou a hipótese de qualquer atrito/mágoa relacionada a não renovação de contrato. Em seu retorno ao Goiás, Mancini esclareceu que possui um bom relacionamento com todos os funcionários do Esmeraldino e que o conjunto fez com que ele aceitasse a proposta apresentada. 

“Eu vinha de 4 anos seguidos trabalhos, inclusive em 2024, eu saí do Ceará e assumi o Atlético Goianiense e já assumi o Goiás. E a gente também tem vida, vida pessoal e às vezes isso acaba acarretando uma série de coisas. Foi um uma decisão difícil de ser tomada, porque nós víamos de uma de uma sequência muito boa, um time invicto sem tomar gols que quase conquistou o acesso e de repente você tem que interromper o trabalho, assim como foi difícil recusar algumas propostas no começo desse ano, de times sul-americanos e de times de série A, enfim. Mas acho que o mais importante é que a gente está de volta”.

Um dos principais pontos destacados por Mancini é de que o Goiás precisa e vai se tornar um clube competitivo que irá brigar tanto pelo acesso à Série A, quanto pelo título da Copa Verde que garante ao Esmeraldino uma vaga na Copa do Brasil 2026.

“Não tenho dúvida que o Goiás vai brigar pelo acesso esse ano da série B. E nós temos antes as finais da Copa Verde, eu acho que tudo isso nos serve como ingrediente para que a gente possa realmente lutar muito com afinco para buscar os melhores resultados e as melhores conquistas para a nossa equipe”. 

sobre a saída de jogadores e contratação de reforços, Mancini explicou que o momento é de análise, e que às vezes determinados jogadores que não apresentaram um bom desempenho no início da temporada possam melhorar o desempenho, isso porque cada equipe tem uma metodologia. E que por isso é preciso tempo para analisar quem fica e quem sai.

“O jogador ou os jogadores, eles não são os mesmos com todos os treinadores. A gente tem que entender isso. Alguns atletas que comigo foram muito bem no final do do ano passado, não repetiram esse ano a mesma performance.Então nós temos que também analisar dessa forma, porque muda a característica de jogo, muda muda a metodologia de trabalho, eu acredito muito na minha equipe de trabalho com a metodologia que eu tenho para realmente dar coragem ao time, dar uma marcação alta, um time ofensivo e tudo mais. Só que para isso a gente precisa de um pouquinho de tempo”.

Por conhecer a metodologia e estilo de jogo de Mancini, os atletas que já trabalharam com ele em outras oportunidades terão prioridade neste momento inicial.

As últimas partidas disputadas na Serrinha, foram marcadas por protestos da torcida devido ao momento que o clube vive, Mancini explicou que entende o torcedor, porque a torcida precisa se sentir representada dentro de campo, mas que também conta com o apoio dos torcedores que são o 12° jogador dentro de campo. 

“Eu respeito muito o torcedor quando eu peço para o meu time jogar futebol, porque o torcedor quer ver o time dele representando ele. Porque essa camisa que eu estou usando aqui hoje, o torcedor usa nos dias de jogos e ele tem orgulho quando o time dele ganha de botar essa camisa e sair na rua e é isso que eu quero entregar para ele. É óbvio que todo mundo quer e que a gente tem que trabalhar para isso”.

Base

Para Vagner Mancini é importante que o clube utilize os jovens atletas das categorias de base, e que já fez conversas para que os atletas da base frequentem o dia-a-dia do elenco profissional. Mancini lamenta por não ter usado a base na última temporada, mas explicou que não era o momento adequado.

Então, para que fique muito claro, eu gosto do jovem, eu já fiz diversas vezes isso em clubes. O surgimento do Neymar no Santos é exatamente numa dessas ocasiões, o surgimento do Felipe Coutinho no Vasco é exatamente numa uma dessas histórias semelhantes e eu espero que no Goiás aconteça isso, porque nós temos uma estrutura gigantesca, a parte física maravilhosa, o Goiás tem que produzir jogador e produz, Mas tudo tem a sua hora certa. Eu não posso permitir a entrada de um jovem no momento onde o time não pode dar para ele a sustentação que ele precisa. Porque o jovem tem futebol, mas a parte emocional muitas vezes ainda não está pronta. 

Por fim, Mancini detalhou que o atual momento no Goiás é de reconstrução.

“Eu acho que nós temos que reconstruir o Goiás. E aí essa é uma palavra que cabe para muitos termos: reconstruir o Goiás de uma forma significativa para voltar para Série A. Nós temos que reconstruir o Goiás na sua parte estrutural, porque o clube precisa mudar um pouquinho de patamar e isso já está sendo feito. A gente precisa reconstruir a confiança do torcedor na equipe. Nós temos que reconstruir uma equipe que já está há muito tempo sem ganhar os campeonatos estaduais. Que isso também de certa forma impacta na pressão, impacta no dia a dia, impacta na parte política do clube. Nós temos que reconstruir a parte emocional de todos aqueles que estão no Goiás, sejam eles atletas ou funcionários, porque quando você não obtém sucesso, você começa a se questionar”.