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domingo, 21 de dezembro de 2025
Transporte Público

Goiânia se destaca entre as três capitais com transporte público integrado

Além da cidade outras duas capitais como Vitória (ES) e Recife (PE) também fazem parte desse avanço

Renata Ferrazpor Renata Ferraz em 27 de março de 2025
Transporte
Foto: Divulgação

A capital de Goiás, Goiânia tem se destacado ao oferecer um sistema de transporte público integrado nas regiões metropolitanas, marcando um importante avanço para a mobilidade urbana e proporcionando aos seus moradores um transporte mais eficiente, acessível e coordenado.

A capital goiana se junta a um seleto grupo de cidades brasileiras, como Vitória (ES) e Recife (PE), que estão tratando o transporte público de forma integrada. Esse modelo de integração, que envolve uma colaboração estreita entre o estado e os municípios, tem como resultado uma tarifa única para o usuário, que pode utilizar diferentes linhas e modais sem a necessidade de pagar mais de uma vez, independentemente de estar se deslocando por áreas da cidade ou por outros municípios da região metropolitana.

O sistema integrado é uma proposta que visa otimizar o transporte público, promovendo uma maior fluidez e eficiência no trânsito, além de facilitar o acesso dos cidadãos aos serviços urbanos e às oportunidades de emprego e educação. 

No caso da cidade, essa integração reflete uma gestão eficiente que busca melhorar as condições de mobilidade, reduzir o tempo de deslocamento e garantir que o transporte público seja uma alternativa mais atraente do que o uso de veículos particulares.

Essa evolução em Goiânia está inserida no contexto do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em parceria com o Ministério das Cidades. 

O estudo visa identificar os projetos que podem melhorar a mobilidade no Brasil, e com quase 40% das análises concluídas, o levantamento aponta para a existência de 403 projetos de mobilidade urbana, com um valor estimado de R$ 670 bilhões. 

Esses projetos abrangem diversos tipos de transporte, como metrôs, trens, VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos) e BRTs (Bus Rapid Transit), além de iniciativas voltadas para a construção de mais de 788 quilômetros de metrô e outros investimentos em infraestrutura.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que o déficit de investimentos no setor de transporte público no Brasil atinge pelo menos R$ 300 bilhões, um dado alarmante que reflete as dificuldades do país em garantir uma mobilidade urbana mais eficiente e acessível. 

O BNDES identificou que, entre as 21 regiões metropolitanas do país, em 13 delas não existem experiências de gestão coordenada do transporte público, o que dificulta a implementação de soluções eficientes e integradas.

Porém, a capital se destaca nesse cenário, pois a cidade e sua região metropolitana possuem uma governança metropolitana compatível com o estatuto da metrópole, com uma operação coordenada e centralizada em dois órgãos. 

Isso garante que o sistema de transporte seja mais integrado e, consequentemente, mais eficiente. Além disso, a cidade se beneficia da criação de um banco de projetos de transporte coletivo, que visa reunir os projetos prioritários para a melhoria da mobilidade das 21 regiões metropolitanas pesquisadas pelo BNDES.

O estudo também aponta os principais entraves para a criação de sistemas de transporte público mais integrados e eficientes, como a fragmentação administrativa, a falta de coordenação entre órgãos e a dependência excessiva de receitas tarifárias. 

Esses obstáculos precisam ser superados para que a implementação de um sistema de transporte eficiente seja viável em todas as regiões metropolitanas do país.

Para superar esses desafios, o BNDES recorreu a exemplos de boas práticas internacionais, como o modelo adotado em Lisboa, na região metropolitana da capital portuguesa. Na cidade, a integração do transporte público é um exemplo de governança colaborativa, com decisões compartilhadas entre o governo central e a Área Metropolitana de Lisboa (AML). 

Além disso, o local implementou um sistema tarifário integrado, o Passe Navegante, que permite o uso ilimitado de diferentes meios de transporte por meio de uma tarifa única. Essa integração facilitou o aumento no uso do transporte público, além de reduzir a emissão de poluentes e melhorar a qualidade do ar.

Mesmo com esse avanço Goiânia enfrenta desafios para garantir a continuidade desse processo. A cidade precisará investir na modernização de sua infraestrutura, como a melhoria dos terminais de ônibus, a criação de novos corredores exclusivos para veículos coletivos e a renovação da frota. 

Em termos econômicos, os investimentos em transporte público têm um impacto significativo. Segundo o BNDES, para viabilizar os projetos de mobilidade no Brasil, será necessário um aporte de R$ 670 bilhões. 

Dessa quantia, R$ 400 bilhões estão direcionados para a construção de 788 quilômetros de metrô, R$ 148 bilhões para a construção de 725 quilômetros de linhas de trem e R$ 58 bilhões para os VLTs. Esses investimentos são essenciais para garantir um transporte coletivo mais eficiente e menos poluente.

Ao integrar seu sistema de transporte público, a cidade não só melhora a vida de seus moradores, mas também contribui para a construção de um futuro mais acessível e sustentável.

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