Bolsonaro diz que prisão seria o “fim” e questiona acusações
Primeira Turma do STF tornou Bolsonaro e outros sete denunciados réus no processo sobre a tentativa de golpe de Estado durante e após as eleições de 2022

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que uma possível prisão representaria o “fim” de sua vida e considerou a possibilidade injusta. Ele admitiu ter discutido, com aliados, sobre dispositivos constitucionais, mas ressaltou que essas conversas não passaram de simples palavras.
“Seria o fim da minha vida, estou com 70 anos. Uma prisão seria completamente injusta. Onde está o meu crime? Em que momento quebrei algo? Quando tentei dar um golpe? Onde estão as provas de um golpe, a não ser pelas discussões sobre dispositivos constitucionais, que nunca passaram de palavras?”, destacou.
Na quarta-feira (26), a Primeira Turma do STF tornou Bolsonaro e outros sete denunciados réus no processo sobre a tentativa de golpe de Estado durante e após as eleições de 2022. A decisão foi unânime entre os ministros da Turma.
Sobre o julgamento, Bolsonaro afirmou que não ficou surpreso com a decisão e que agora será responsabilidade do Ministério Público apresentar as provas das acusações contra ele. “Não foi surpresa o acolhimento da denúncia. Agora, é a hora do Ministério Público buscar as provas do que foi feito”, afirmou.
A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) atribui ao ex-presidente Jair Bolsonaro cinco crimes, todos relacionados a um suposto plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os crimes incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União, com grande prejuízo para a vítima, e deterioração de patrimônio tombado.
Com a aceitação da denúncia pelo Supremo Tribunal Federal (STF), uma ação penal será formalmente instaurada, iniciando uma série de procedimentos legais, incluindo audiências e a oitiva das testemunhas de acusação e defesa.