Um kit de carnes recebido em casa e uma postagem de agradecimento nas redes sociais acabaram gerando uma disputa judicial entre o cantor Leonardo e o Frigorífico Goiás. O artista, um dos nomes mais conhecidos da música sertaneja brasileira, entrou com um processo no Tribunal de Justiça de Goiás contra a empresa, acusando-a de utilizar sua imagem de maneira indevida para divulgar produtos sem qualquer autorização.

De acordo com a defesa de Leonardo, a situação começou ainda em 2020, quando o cantor publicou uma foto em que aparecia sorrindo com um kit de carnes enviado pelo frigorífico. O gesto de cortesia, inicialmente inocente, foi replicado pela empresa em seu perfil nas redes sociais. A partir daí, segundo a ação, o uso da imagem do artista continuou ocorrendo, de forma sistemática, para promover produtos — especialmente kits para churrasco — no Instagram e no site oficial da marca.

A petição apresentada à Justiça afirma que a divulgação contínua da imagem de Leonardo ocorreu sem qualquer contrato ou autorização formal, nem por parte do cantor, nem da Talismã, empresa responsável por gerenciar seus direitos de imagem. Segundo o documento, o uso da imagem tinha como objetivo gerar lucro para o frigorífico, o que configuraria uma prática ilícita.

“O uso da imagem do cantor vem sendo feito de forma ilegítima e desautorizada, com fins comerciais, gerando lucro indevido à empresa”, afirma o texto protocolado pelos advogados.

A defesa de Leonardo pede uma indenização de R$ 600 mil por danos morais e ainda solicita uma tutela de urgência. Isso significa que a Justiça pode determinar, antes mesmo do julgamento final, a retirada imediata de qualquer menção visual ao cantor em publicações, embalagens ou ações promocionais da empresa. O pedido também estipula um prazo de até 24 horas para que a empresa retire a imagem do cantor de todas as suas plataformas, caso seja notificada.

Empresa ignorou tentativas de acordo, diz defesa de Leonardo

Os advogados do sertanejo afirmam que tentaram resolver o impasse de forma amigável ao longo dos últimos anos, mas alegam que nenhuma das tentativas teve retorno. A empresa, segundo eles, foi procurada diversas vezes por meio de seus canais de comunicação, mas não respondeu às solicitações.

Outro ponto citado na ação é que o frigorífico chegou a ter o cantor Gusttavo Lima como um de seus sócios. Além disso, a empresa ganhou notoriedade nas eleições de 2022 ao promover a venda de carnes com o selo “picanha do mito”, uma referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O Tribunal de Justiça de Goiás ainda não se manifestou oficialmente sobre o andamento do caso. Até o momento, não há informações sobre a resposta do Frigorífico Goiás às acusações.