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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Espaço

Saturno atinge a marca de 274 luas, deixando Júpiter para trás na “corrida lunar”

Com novas descobertas anunciadas em março de 2025, o planeta dos anéis consolida sua liderança com o maior número de satélites naturais do Sistema Solar — e revela uma história violenta de formação lunar

Luana Avelarpor Luana Avelar em 8 de abril de 2025
planet planets black and white photo

A disputa entre Saturno e Júpiter pelo título de planeta com mais luas do Sistema Solar ganhou um novo e surpreendente capítulo em março de 2025, quando astrônomos anunciaram a descoberta de 128 novos satélites naturais orbitando o gigante dos anéis. Com isso, Saturno soma agora impressionantes 274 luas — um salto que deixa Júpiter, com suas 95 luas confirmadas até o momento, definitivamente para trás. Mais do que uma corrida cósmica, a nova contagem traz pistas preciosas sobre a história turbulenta e fragmentada do sistema saturniano.

Boa parte dessas novas luas é formada por pequenos objetos, de poucos quilômetros de diâmetro, com órbitas altamente inclinadas e muitas vezes retrógradas — o oposto da rotação do planeta. São as chamadas “luas irregulares”, que, segundo especialistas, não se formaram com Saturno, mas foram capturadas por sua gravidade há bilhões de anos. Esse processo de captura foi seguido por colisões catastróficas entre corpos gelados e rochosos, desencadeando um ciclo de destruição que resultou na fragmentação de antigas luas e na formação de centenas de novos satélites menores.

“A descoberta é significativa porque nos ajuda a compreender como essas luas se originaram e evoluíram”, explicou Samantha Lawler, astrônoma da Universidade de Regina, no Canadá. As órbitas “selvagens” desses corpos revelam um passado violento, em que grandes luas colidiam, se despedaçavam e davam origem a fragmentos que continuam a orbitar Saturno — alguns ainda instáveis — até hoje.

Entre as luas mais intrigantes está Febe, descoberta em 1898, com sua órbita retrógrada e excêntrica. Por muito tempo solitária em sua excentricidade, Febe agora faz parte de um conjunto muito mais amplo de satélites irregulares que narram uma história de colisões cósmicas e transformações constantes.

Para os astrônomos, o crescente número de luas não representa apenas estatística. Ele permite traçar a dinâmica evolutiva de sistemas planetários e entender como forças gravitacionais moldam satélites, anéis e detritos espaciais. “Nada no sistema saturniano é permanente”, afirma James O’Donoghue, da Universidade de Reading. “Até os anéis que o tornam tão icônico estão sujeitos à erosão do tempo”.

Enquanto Saturno brilha com seus anéis e sua numerosa família de luas, os cientistas continuam atentos a novas observações. O céu, afinal, ainda guarda muitos segredos — e Saturno, com sua caótica beleza, parece determinado a revelá-los pouco a pouco.

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