Três Romeus, três Julietas e uma dose de êxtase
Fábrica Grupo de Teatro retorna aos palcos com “E[cs]xtas[y]e”, uma ópera-rock visceral que reinventa Shakespeare com música brasileira, acessibilidade e uma estética gótica-pop
O clássico “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare, ganha nova roupagem e intensidade visceral no espetáculo “E[cs]xtas[y]e – Uma história de Romeu e Julieta”, do Fábrica Grupo de Teatro. Com três Romeus e três Julietas simultaneamente em cena, a montagem rompe com convenções narrativas para propor uma experiência sensorial marcada por poesia, música e acessibilidade. O grupo retorna aos palcos após oito anos com apresentações gratuitas nos dias 23, 24 e 25 de abril, no Centro Cultural UFG, em Goiânia. Os ingressos podem ser retirados pelo Sympla a partir de 16 de abril.
Dirigido por Wellington Dias, a peça mergulha na potência do amor em suas múltiplas expressões — da paixão arrebatadora ao afeto que resiste ao tempo. “Ainda tínhamos muito a dizer com essa obra”, afirma o diretor, que integrou ao espetáculo músicas em português, com destaque para compositores goianos. A proposta é ampliar a identificação com o público e traduzir emoções em uma dramaturgia que mistura o clássico e o contemporâneo com profundidade emocional.
A trilha sonora é um show à parte: trata-se de uma ópera-rock embalada por hits do pop, rock e MPB, interpretados ao vivo por músicos e atores. Com cenografia de Paulinho Pessoa e figurinos de Layon Berigo, o palco se transforma em um relicário visual onde correntes, cubos e elementos góticos convivem com blue jeans desfiados e rendas elizabetanas.
O espetáculo também se destaca pelo compromisso com a inclusão. Todas as sessões terão interpretação em Libras, e em agosto será apresentada uma versão adaptada para o público com Transtorno do Espectro Autista, com iluminação âmbar e música acústica. A bailarina Manu Marinho, responsável pela versão acessível, destaca: “É um presente poder dirigir essa edição. Estamos construindo um espaço onde o amor e a arte possamser sentidos por todos”.